Orlando Kissner
Renaldo foi chamado de volta e deverá ser titular na partida do próximo sábado, contra o Botafogo.

Segundo o treinador, foi feita ?muita onda? no caso. ?Ficaram fazendo muita onda nesta história, eu nem fui questionado sobre o assunto. Não houve nada de mais, a gente optou pela escalação do Peabiru, que foi muito bem no jogo?, comenta o treinador – que, na quinta passada, dia do ?afastamento? de Renaldo, afirmou que o atacante precisava de um trabalho especial de preparação física.

continua após a publicidade

O que aconteceu, na verdade, foi apenas a inclusão de Renaldo entre o grupo dos que não iriam jogar o Atletiba. O treinador não acredita que o centroavante fez falta no clássico, vencido pelo Atlético. ?Acho que nossa atitude foi correta. O Marcelo foi excelente na partida?, argumenta o interino.

Renaldo treinou sábado e na manhã de ontem, e à tarde já estava participando do trabalho físico com o restante do elenco.

Lopes Júnior ainda não confirmou o retorno de Renaldo – Peabiru está suspenso, assim como Nascimento e Jackson. Mas garante que o jogador está nos planos. ?Se vai ser neste jogo, não sei, mas é certo que ele é uma peça importante no elenco?, comenta o interino, que também reintegrou o goleiro Fernando Vizzotto, o lateral Rubens Jr. e o também centroavante Tiago. Eles estão na lista de 31 jogadores que ontem se concentraram em um hotel.

Duas semanas

continua após a publicidade

Marquinhos levou um susto quando sofreu um choque acidental com Márcio Egídio, no início do Atletiba. O meia sentiu fortes dores e inchaço no joelho direito – justamente o operado. A volta, que parecia ser boa, era bruscamente interrompida. No meio da preocupação, um rival passou as primeiras palavras de apoio ao dez coxa.

Foi Dagoberto, atacante atleticano que recentemente passou por um drama parecido. ?Disse a ele que tivesse calma e não forçasse o joelho, pois poderia ser pior?, conta. ?Foi muito legal ouvir aquilo dele. Ele provou ser uma grande pessoa?, elogia Marquinhos.

continua após a publicidade

Ele ainda não sabe ao certo quanto tempo terá que ficar fora. Ontem foi submetido a um exame de ressonância magnética, que avaliaria a extensão da contusão – mas a análise prévia do departamento médico é que o armador fique fora pelo menos duas semanas.

Nova derrota pode repetir pior marca

As derrotas em seqüência do Coritiba não só complicam a vida da equipe no Campeonato Brasileiro. Os quatro insucessos marcam o atual time com um ?recorde negativo?. É a sexta vez que o Coxa passa por esta situação em toda a história da competição – e novo fracasso, contra o Botafogo, igualaria a marca de 2001, quando a equipe, sob comando de Ricardo Gomes, perdeu cinco jogos.

Os outros anos em que o Cori passou por más situações foram 1984, 1999 e 2000, quando o time foi derrotado quatro vezes seguidas em duas oportunidades. Desta vez, entretanto, a situação é diferente das outras – a equipe saiu até da ?zona de sombra?, caindo nesta rodada para a 15.ª colocação, a cinco pontos do rebaixamento.

Mas o técnico interino Antônio Lopes Júnior prefere falar que o Coxa está a três pontos da zona de classificação para a Copa Sul-Americana. ?É claro que precisamos ficar atentos, não podemos deixar os times lá de baixo se aproximarem, mas podemos sim pensar em subir na classificação. Dois resultados positivos nos mantém dentro da briga?, comenta.

Ele fica

Lopes Júnior deve permanecer como técnico do Coritiba por mais alguns jogos. A dificuldade de contratar um novo profissional que entre no projeto do clube e a série de jogos que virá (cinco jogos em treze dias) fazem com que a diretoria preserve-o no posto. Levir já foi citado.

Tênis pode custar mando

O Coritiba parece que continua em seu inferno astral. Além da derrota para o rival Atlético, no clássico do último sábado, a diretoria do Alviverde do Alto da Glória terá que atuar fora de campo para não perder mandos de campo. E tudo por um simples tênis azul, arremessado no gramado durante a partida no Couto Pereira.

O incidente consta do relato da súmula do árbitro Wagner Tardelli encaminhada ontem para a Confederação Brasileira de Futebol (CBF). ?Ao término da primeira fase, fui informado pelo assistente número 2, senhor Marcos Tadeu Peniche, que aos 15 minutos de jogo, foi lançado por cima de sua cabeça um tênis de cor azul, caindo dentro de campo de jogo. Na altura da defesa da equipe do Coritiba, não sabendo informar, nem identificar de onde foi lançado, e quem o lançou?, diz o árbitro. O clube fez um boletim de ocorrência sobre o fato, apresentado depois para Tardelli.

Se for punido, o Coxa terá que jogar em outro estádio de sua indicação, com portões fechados, além de pagar uma multa. O Coritiba fez uma partida neste Brasileiro sem a presença de torcedores. Mas por culpa do adversário. Foi na derrota (2 a 1) para o Paysandu, em Belém.

O Couto Pereira já teve dois jogos com portões fechados. No início do campeonato o estádio foi utilizado pelo Atlético, nos empates sem gols contra Figueirense e Fortaleza. O Rubro-Negro foi punido por causa de um copo arremessado para dentro de campo no Brasileiro do ano passado, na partida realizada no dia 14 de novembro de 2004, na Baixada – Atlético 6 a 1 Criciúma. A coincidência é o árbitro. Tardelli dirigiu aquela partida.