Do cupuaçu ao chimarrão, tem de tudo na seleção brasileira de remo. São 29 atletas, vindos de sete estados diferentes (Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Espírito Santo e São Paulo) e representando clubes até de Manaus. Uma mistura enriquecedora que poderá levar o Brasil a quebrar o jejum de títulos sul-americanos neste fim de semana, quando acontece a competição de remo dos Jogos Sul-Americanos, na raia do Parque Náutico Iguaçu, em Curitiba.
Os gaúchos formam um dos maiores contingentes da equipe brasileira, com sete remadores, atrás apenas dos catarinenses, que chegam a nove. Mas as peculiaridades da cultura dos pampas chamam a atenção.
“Os gaúchos têm uma noção de nacionalismo que talvez o resto do País não tenha, se aproximando, nesse sentido, de argentinos e uruguaios”, avalia o terapeuta motivacional paranaense Marcelo Karan, que ministrou palestra à seleção brasileira no começo desta semana. “Essa mistura de culturas é interessante até porque esse patriotismo gaúcho contagia os demais atletas”, continua Karan, acreditando ser este um fator importante para a seleção na busca do título.
Um dos expoentes da turma do Rio Grande do Sul, Marcelus Marcilli, gaúcho de Pelotas, encontra uma explicação histórica para o fato: “Esse nacionalismo vem da época da Revolução Farroupilha”, acredita o atleta.