A CBF ainda não conseguiu implantar uma norma para regulamentar a função de gandula em todo o País. O regulamento vigente apresenta vários problemas e, por isso mesmo, não é aplicado na maior parte do Brasil.
Segundo o Regulamento Geral das Competições da CBF, é função das federações estaduais montar, treinar e administrar um quadro permanente de gandulas, “constituído por crianças de 12 a 14 anos”.
Na prática, porém, a norma é deixada de lado por quase todos os clubes e federações. “Na tentativa de ter gandulas mais imparciais, a CBF cometeu um equívoco e repassou essa função às federações. Isso não é viável”, diz Juliano França Tetto, assessor jurídico da Federação Paranaense de Futebol (FPF).
O principal problema, porém, é que a regra da CBF bateria de frente com o Estatuto da Criança e do Adolescente, uma lei federal. “Menores de 18 anos só podem trabalhar na função de aprendiz. Além disso, existem jogos noturnos e até em condições insalubres, no caso de chuva”, diz Tetto.
Por isso, a FPF usa uma regra diferente para os gandulas. Eles são responsabilidade dos clubes e, necessariamente, maiores de 18 anos. Em Curitiba, Atlético e Coritiba aplicam a norma local, mesmo no Brasileiro.
O Paraná Clube também tem seu próprio quadro de gandulas, mas ele é formado por garotos que integram as equipes de base do Tricolor, geralmente das categorias juvenil e júnior.