Reginaldo Nascimento pode ir embora do Coritiba

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Reginaldo admite não ter sido
procurado para renovar.

Você, torcedor do Coritiba, pode estar vendo as últimas partidas de um dos jogadores mais identificados com o clube em sua história. Certamente, o atleta representativo dos últimos dez anos. Reginaldo Nascimento, no Alto da Glória há quase oito anos, e titular pela quarta temporada seguida, está pensando seriamente em ir embora, buscar novos ares. O que se vê é o clube com pouco interesse em mantê-lo, e ele, da mesma forma, para ficar.

Não que ele queira falar do assunto agora. "Não acho que é o momento. Ainda há quatro rodadas do Brasileiro, e eu tenho contrato com o Coritiba até 31 de dezembro. Por isso, eu nem quero ouvir sondagens ou propostas. Se eu fizer isso, vou estar desrespeitando o clube que eu defendo há tanto tempo. E estaria prejudicando uma amizade que firmei com tanta gente aqui. Não gostaria de sair do clube sem manter essa ligação", relata Nascimento.

Ele, ao tentar desconversar, acaba admitindo a possibilidade de ir embora. "Até agora eu não fui procurado pela diretoria, e não senti deles muita vontade em renovar contrato comigo", afirma. "Às vezes, eu também penso se não é a hora de buscar outros desafios", admite o zagueiro, que teve uma proposta real do Corinthians durante o Campeonato Brasileiro.

Capitão do time desde o início do ano, e um dos líderes do elenco depois da volta do empréstimo do Bahia, Reginaldo se viu obrigado a falar, tanto para dentro quanto para fora do Coritiba. Ex-companheiros até se surpreendem ao ver essa mudança de atitude. "Ele sempre foi muito calado. Mas nunca deixou de ser uma pessoa muito positiva", ressalva o centroavante Sinval, do Paraná – ambos foram campeões paranaenses em 99 pelo Coxa.

E Nascimento confessa que o fato de tomar a frente está desgastando sua relação com a diretoria. "Pela posição que adquiri, tenho a obrigação de defender algumas posições. E, fazendo isto, eu posso ter irritado algumas pessoas", diz o capitão, que prefere não se aprofundar. "Tenho que ser profissional. Até o dia 31 de dezembro, vou trabalhar como sempre fiz para ajudar o Coritiba", finaliza.

Lopes tenta ignorar as críticas para próximo jogo

É como se tivesse sido apagado da memória do técnico Antônio Lopes. Se depender dele, o Coritiba esquece totalmente as pressões e as vaias do jogo de domingo passado com o Santos e pensa exclusivamente na partida deste final de semana, contra o Vitória, no Alto da Glória. Mas a manobra "diversionista" do Delegado é de difícil execução, até porque os jogadores alviverdes ainda lamentam as manifestações da torcida contra o treinador.

As cobranças, que chegaram ao ápice na partida com o vice-líder do brasileiro, não pararam com o passar dos dias. Prevêem-se para os próximos jogos – e especificamente para o confronto com o rubro-negro baiano – mais ações contrárias a Lopes. O movimento aglutina boa parte da torcida, que levou faixas ao Couto Pereira pedindo a "cabeça" do Delegado.

Para o goleiro Fernando, o fato atinge todos. "Na verdade, nós somos o alvo, já que o Lopes faz parte do grupo assim como todos os jogadores e membros da comissão técnica", afirma. "E acho que nós, atletas, somos mais responsáveis ainda, porque nós é que não estamos rendendo dentro de campo", resume ele, que está se recuperando de dores musculares no braço esquerdo.

O capitão Reginaldo Nascimento, que foi transformado em zagueiro por Antônio Lopes – um dos fatos, inclusive, que deixa a torcida de cabelo em pé -, também defende o treinador. "Nós somos profissionais, e estamos no mesmo barco. Eu sei que o torcedor paga ingresso, e tem todo o direito de reclamar e cobrar, mas nós sabemos que as coisas não são assim ", comenta o jogador mais experiente do elenco alviverde.

E, por mais que o treinador coxa tente manter a serenidade, é óbvio que ele sentiu o baque das cobranças. "Ele ficou bem abalado até terça, mas depois já se recuperou", afirma um jogador do Cori. Ontem, animado, o Delegado deixou claro que o assunto para ele estava esgotado. "Nosso interesse é o Vitória, que será um adversário bastante complicado", diz o técnico.

E os jogadores deixam evidente que vão partir para uma atitude de defesa a Antônio Lopes. Roberto Brum, que teve sérios problemas com o treinador, assume a frente desta "batalha". "Estão exagerando muito com as críticas ao Lopes. A gente sabe que tem muita gente que quer que ele saia, e esquece de tudo que ele já fez de positivo. A nossa torcida tem que nos ajudar", apela o "Senador".

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