O volante alviverde quer manter a família em Curitiba. |
Fácil, extremamente fácil. Se depender da vontade do volante Reginaldo Nascimento, será assim a renovação de contrato dele com o Coritiba. O clube quer que ele fique, ele quer ficar – quer dizer, os desejos se encontram. Mas o jogador, que teve a melhor temporada no Alto da Glória, também espera uma compensação financeira por isso, e porque agora ele tem mais uma pessoa para sustentar.
É Giovana, nascida semana passada, e que ainda deixa Reginaldo embasbacado. “Ela já está crescendo e ficando forte”, diz. “Nos últimos dias, só pensei nela”, completa o volante, que aproveitou a licença-paternidade para curtir a filha o máximo que podia – e pelo jeito o tempo ainda foi pouco. “Eu venho treinar, mas o meu pensamento está em casa”, confessa.
Mas, mesmo assim, Nascimento sabe que agora precisa cuidar da própria vida – e, por conseqüência, da vida da pequena Giovana. “Agora tenho mais responsabilidades, sou um pai de família”, afirma ele, que até por isso não tem em mente deixar o Coritiba, onde tem contrato até o dia 31. “Acho que é o momento de me fixar, até porque me identifiquei muito com a cidade”, explica o jogador, que defende o Cori desde 97, tempo entrecortado por uma passagem de um ano pelo Bahia.
E é justamente o time baiano que quer atravessar a renovação de contrato de Reginaldo. “Eles já me ligaram. O próprio presidente do Bahia falou comigo e me pediu uma posição até sexta-feira”, conta o volante. “Eu tive uma boa passagem lá e isso ajuda. Mas não me vejo agora saindo do Coritiba”, garante ele.
Para Nascimento, a relação entre jogador e clube já é de afeição. “Eu tenho muito carinho pelo Coritiba e sinto que devo alguma coisa ao clube”, diz. Mas ele também quer ver uma contrapartida da diretoria. “Todo jogador quer ter reconhecimento, e nesse momento esse reconhecimento acontece no lado financeiro”, resume. Esse momento se torna mais delicado porque, se não renovar, ele fica livre para negociar com qualquer clube.
Apesar disso, o volante não acredita que haverá problemas na renovação de contrato – as conversas começaram ontem. “Eu sempre digo que sou fácil para essas coisas. Se for feito um acerto bom para mim e para o clube, vou permanecer no Coritiba”, garante.
Reuniões definem futuro de Lúcio
Se depender de conversa, o caso Lúcio Flávio está perto do fim. Depois do encontro dos presidentes Giovani Gionédis e Enio Ribeiro no Rio de Janeiro, onde acompanharam o conselho técnico do campeonato brasileiro, hoje duas reuniões estão marcadas: do secretário coxa Domingos Moro com o procurador Ney Santos e do presidente tricolor com o presidente do Conselho Deliberativo do Atlético-MG Alexandre Kalil.
Kalil chegaria a Curitiba no final da noite, vindo diretamente do Rio. A vinda do homem-forte do Atlético-MG seria para concretizar o negócio, que também envolveria a vinda de jogadores para o Paraná Clube. Mas o Cori não está disposto a desistir do jogador (um dos pedidos expressos do técnico Paulo Bonamigo) tão cedo. Ontem, Domingos Moro conversou com Ney Santos, e eles combinaram que, mesmo com o interesse mineiro, o jogador não deixaria de ouvir a proposta coxa.
Por isso as conversas de Gionédis e Ribeiro nos últimos dias – somadas ao encontro inevitável na CBF. Para acontecer o acerto entre Coritiba e Paraná, cada lado tem uma receita: os coxas tentam uma composição financeira envolvendo inclusive o empréstimo de jogadores; os tricolores preferem dinheiro para concretizar o negócio.
Centroavantes pedem muito
A busca por um centroavante às vezes parece ser uma obsessão do Coritiba. Mas as pedidas dos jogadores transcendem a realidade alviverde, e com isso aqueles reforços ?sonhados? não devem chegar tão cedo.
E essa notícia já chegou à comissão técnica, que já pensa em outros atletas. “Não vamos ter aqueles reforços que todo mundo está esperando”, confessa um membro da comissão coxa.
Para o secretário Domingos Moro, ainda há tentativas de inflacionar o mercado. “Quando os atletas aceitam não receber luvas, diluem esse valor no salário e não há a menor condição de pagar o que eles pedem”, completa. (CT)