Foi tanto dizer que não haveria mistério que aconteceu. O Coritiba só terá definida a sua escalação momentos antes da partida de hoje contra o Atlético. A recuperação de Reginaldo Nascimento será aguardada até o último instante, mas Paulo Bonamigo praticamente só pensa na hipótese de ele atuar no Atletiba. Tanto é verdade que ele participou de todo o trabalho de posicionamento.
Era, na verdade, uma aula teórica. E, para isso, Reginaldo Nascimento não precisava estar plenamente recuperado. Bonamigo reuniu seus titulares e montou com eles o posicionamento defensivo – e o volante estava lá. Segundo o treinador coxa, o ajuste tático envolve o que ele chama de “duelos individuais”. “Nós sabemos que isso é natural. Dentro do jogo os atletas buscam as suas posições e encontram o adversário que vai ser o seu marcador ou marcado”, explica.
Pouco tempo depois, Bonamigo montou o posicionamento ofensivo em cobranças de falta e escanteio – o treinador coxa pediu para que as emissoras de TV não registrassem as jogadas. E Nascimento, dessa vez, não estava lá. Danilo era orientado por Bonamigo enquanto o volante era ?testado? pelo fisicultor Róbson Gomes. Logo depois, ele participou do treino dois-toques. “É um treino em que nós mesmos diminuímos o ritmo”, afirma o zagueiro Picolli. “Com ele não foi diferente”, completa.
Apesar de testar Danilo, o técnico não pensa em perder Reginaldo no Atletiba. “Tenho confiança na utilização dele, mas vamos esperar até o momento do jogo”, diz. Tal posição é firmada em declarações positivas. “Ainda temos tempo, mas ele treinou sem problemas”, garante o médico Walmir Sampaio. “Ele está bem. Bem mesmo”, afirma Róbson Gomes. “Vou jogar. Estou me preparando para estar em campo contra o Atlético”, define Nascimento.
Com ele, o Coritiba escala a sua equipe titular, que tem (em teoria) o equilíbrio tático pretendido por Bonamigo. “Pelo que vi nos treinos, conseguimos recuperar muito daquele nosso estilo, principalmente em relação ao jogo contra o Juventude”, afirma o técnico, que quer um time ofensivo, mas cauteloso. “O Bonamigo nos pediu para jogarmos com inteligência”, resume Picolli. (CT)
Araújo, o pé-quente na Arena
Da Silva é o jogador do atual elenco do Coritiba que mais marcou contra o Atlético, mas Reginaldo Araújo talvez é o mais predestinado em clássicos. O lateral, tantas vezes criticado pela torcida coxa, é sempre um dos destaques da equipe em Atletibas. Ele já fez dois gols e participou de outros, além de ser uma das válvulas de escape do ataque alviverde.
Na verdade, nada muito diferente do que ele faz em todos os jogos, mas um simples ato de qualidade em um Atletiba vale mais. “Eu fico satisfeito por sempre ter jogado bem nos clássicos. Assim, eu tenho uma emoção diferente quando enfrento o Atlético”, afirma Reginaldo Araújo, que nesta temporada anda de bem com a torcida coxa.
E um dado a mais favorece o retrospecto de Reginaldo frente ao Atlético: os dois gols que ele marcou nos clássicos foram justamente em partidas no Joaquim Américo, em partidas vencidas pelo Coxa. O primeiro foi o que virou a partida válida pela Seletiva da Libertadores de 99; o outro foi na Copa João Havelange de 2000, o segundo da vitória coxa por 3 a 1. “É muito legal ajudar o Coritiba a vencer o maior rival”, diz o lateral.
Mas, impregnado pela onda “paz e amor” do Coritiba, Reginaldo Araújo mantém o discurso do respeito e da serenidade. “É sempre bom falar em paz, principalmente nesses momentos. O que eu peço para os meus companheiros é tranqüilidade, porque o nosso objetivo é jogar futebol”, garante. “Esperamos fazer um bom espetáculo, e que o Coritiba vença”, encerra. (CT)
