A Associação Argentina de Tênis (AAT) acredita que não será punida pelos insultos racistas da torcida local relatados pelo tenista brasileiro João Souza, o Feijão, durante a disputa da Copa Davis. A principal razão para a tranquilidade da entidade, segundo a AAT, são mensagem do próprio jogador publicadas nesta quarta-feira no Twitter.
“Escutei sim em poucos momentos alguns insultos! Nada que eu queira dar continuidade! Vamos esquecer isso! Não denunciei ninguém!”. A assessoria do jogador afirmou à reportagem que o tenista acredita que a torcida argentina “se comportou muito bem”.
Segundo publicação feita pelo site do SporTV na última segunda-feira, após o confronto vencido pelos argentinos por 3 a 2, Feijão escutou ofensas racistas enquanto jogava. “Ouvi ‘macaco’, no comecinho do jogo. Teve ‘segura a banana’… Óbvio que, por dentro, eu estava mordido. A vontade era de já parar o árbitro, mas ia tomar vaia, não ia dar pano para manga. É aquilo… macaco não precisa falar, já é racismo forte. Mas o resto é normal. Jogar fora de casa é isso mesmo.”
A reportagem ouviu dois gritos de “macaco” na partida em que Feijão perdeu para Leonardo Mayer por 3 sets a 2 em 6 horas e 42 minutos, no jogo de simples mais longo da história da Davis.
A Confederação Brasileira de Tênis esclareceu, por meio de sua assessoria, que não fez denúncia de ofensas raciais à Federação Internacional de Tênis (ITF) e entre as reclamações que fará “estão fatores de organização”. Portanto, não há acusação formal contra a equipe argentina. A ITF “espera pelo relatório completo do árbitro
incluindo a verificação de tais alegações”.
O capitão do time brasileiro, João Zwetsch, disse na segunda-feira após o confronto que “foi uma escolha infeliz da ITF de não ter colocado pelo menos um árbitro que falasse a língua espanhola, que seria mais fácil para todo mundo”.
De acordo com a ITF, a pena para racismo varia de multas a desclassificação ou suspensão por um período mínimo de seis meses. Nesta quarta-feira, a imprensa local alertava para o risco de a equipe não enfrentar a Sérvia em julho pelas quartas de final do torneio. O Brasil disputará a repescagem da Davis.