Muito criticados durante as manifestações de julho do ano passado, os gastos públicos com a Copa do Mundo de 2014 foram defendidos pelo ministro do Esporte, Aldo Rebelo. Durante audiência pública da Comissão do Esporte da Câmara dos Deputados, ele minimizou os investimentos federais (R$ 5,6 bilhões investidos diretamente pelo Governo, segundo dados do Portal da Transparência) e comparou o orçamento da pasta que dirige com o de outros ministérios.
“Há aqueles que comparam investimentos da Copa com Saúde e Educação, como se houvesse desvio de recursos. Isso não resiste ao menor cotejamento estatístico. O orçamento todo do Ministério do Esporte é menos de 1% do orçamento de Saúde e Educação”, disse o ministro, nesta terça-feira.
Segundo Rebelo, os gastos do governo com o Mundial se resumem a empréstimos de até R$ 400 milhões por estádio e, mesmo assim, alguns não aproveitaram a vantagem de forma total. Ele afirmou que cidades como Brasília não utilizaram nada, Curitiba fez uso de metade e Porto Alegre um pouco mais que isso. Quanto à renúncia fiscal, novamente utilizou o recurso de comparar outros setores com gastos maiores.
“De fato para a aquisição de matéria prima para os estádios, há uma renúncia fiscal de aproximadamente R$ 600 milhões. Quase nada perto dos R$ 27 bilhões de renúncia fiscal para a indústria automobilística. E menos do que os R$ 200 bilhões para pagamento de juros da dívida pública do Brasil. Não é a Copa do Mundo um grande destino de investimentos públicos ou de renúncia fiscal. É muito pouco. Houve muito investimento privado”, explicou.
CRÍTICAS – Para o ministro dos Esporte, o principal responsável pelas críticas feitas aos gastos da Copa não é a população, mas sim a imprensa, que tentaria organizar um movimento de oposição. “Não há nenhuma força social relevante contra a Copa. Não conheço um partido, uma central sindical, uma confissão religiosa. O que há mesmo é uma parte da imprensa tentando organizar esse movimento. Mas acredito que não terá sucesso”, afirmou.