Real Madrid faz proposta sem precedentes por Kaká

O apetite do Real Madrid para contratar Kaká balançou o Milan. O clube italiano ficou atordoado com os números da oferta espanhola pelo craque e, pela primeira vez, cogita a possibilidade de vender o jogador que parecia destinado a se tornar um símbolo rubro-negro. A proposta do Real para o clube italiano não tem precedente na história do futebol: 80 milhões de euros (R$ 205,5 milhões).

A maior negociação feita até hoje foi a contratação de Zidane pelo Real Madrid em 2001. O clube espanhol pagou 65 milhões de euros (R$ 167 milhões) à Juventus. E o Real ainda se dispõe a colocar jogadores na negociação se o Milan quiser. Só para lembrar: em 2003, o clube italiano gastou US$ 8,4 milhões (R$ 16 2 milhões) para tirar Kaká do São Paulo, 12 vezes menos do que pode faturar se aceitar vendê-lo agora.

Os números da oferta do Real a Kaká – que passa férias em Nova York – também são impressionantes. Ele recebe 5 milhões de euros (R$ 12,8 milhões) líquidos por temporada na Itália. O Real ofereceu 12 milhões de euros (R$ 30,8 milhões) limpos por ano, 100% de seus direitos de imagem (os craques do elenco são obrigados a entregar ao clube 50% de seus rendimentos com publicidade) e mais 50% do valor de cada contrato que o clube fechar depois de sua chegada.

A oferta do clube espanhol foi feita ao pai de Kaká, Bosco Leite e ao procurador do craque, Gaetano Paolillo, durante um jantar em Varese, cidade próxima a Milão. Os representantes do Real Madrid eram o diretor-esportivo Pedja Mijatovic e o diretor de futebol Franco Baldini. ?Aqui na Itália diziam que o interesse do Real pelo Kaká era invenção dos jornais espanhóis. Mas agora posso dizer que a coisa é séria. A proposta existe, é excelente e é de conhecimento da direção do Milan?, disse Bosco.

Inegociável

A primeira reação do clube italiano foi declarar publicamente, pela enésima vez, que Kaká é inegociável. Mas em seus bastidores já não existe a convicção de que o melhor a fazer é virar as costas para a fortuna oferecida pelo Real Madrid. E além disso é preciso pensar na situação pelo lado do jogador, como disse Bosco Leite. ?O Milan não pode simplesmente dizer que o Kaká é inegociável e pronto. A proposta é muito boa para ele e isso deve ser analisado.

O fato de Bosco ter ido jantar com diretores do Real Madrid não caiu muito bem para os dirigentes do Milan. A avaliação no clube é a seguinte: se Kaká tem contrato até 2011 e diz que é muito feliz no Milan, seu pai e seu procurador não deveriam aceitar conversar com outro clube.

Adriano Galliani, o vice-presidente do Milan, admite que é difícil competir com o Real Madrid por causa das diferenças tributárias entre Itália e Espanha. A carga de impostos é mais pesada na Itália, o que dá ao Milan menos fôlego para chegar perto do que o Real oferece a Kaká. Para cada milhão de euros (R$ 2,56 milhões) pagos a um jogador, o Milan gasta quase a mesma quantia em impostos. Na Espanha, o Real gasta 50% a menos.

Era Kaká

Na conversa com Bosco, os dirigentes do Real disseram que o plano do clube é construir um projeto esportivo em torno da figura de Kaká. Se com Florentino Perez (o presidente anterior do clube) a marca eram os ?galácticos? – Zidane, Figo, Ronaldo, Beckham… – , com o presidente Ramón Calderón a idéia é fazer de Kaká a bandeira do time de futebol, o símbolo de uma era. E para conseguir isso existe uma certeza: vale a pena gastar a fortuna que for preciso para tirar o craque do Milan.

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