O Real Madrid não tomou conhecimento do Bayern de Munique nesta terça-feira e despachou o atual campeão com o expressivo placar de 4 a 0, na Allianz Arena. Mesmo jogando na casa do rival, do técnico Josep Guardiola, o time espanhol fez valer seu mortal contra-ataque, em detrimento ao toque de bola dos alemães, e garantiu seu lugar na grande final da Liga dos Campeões. No placar geral, fechou o confronto por 5 a 0.
Agora o time espanhol aguarda pelo confronto entre Chelsea e Atlético de Madrid, nesta quarta-feira, no estádio do time londrino, em Stamford Bridge. O jogo de ida terminou sem gols. A grande decisão da Liga dos Campeões está marcada para o dia 24 de maio, em Lisboa.
Com três gols em apenas 18 minutos, o Real encerrou nesta terça um jejum de 12 anos sem jogar uma final do torneio europeu, após cair nas três semifinais anteriores. De quebra, encerrou o domínio recente do Bayern, que sonhava com a terceira decisão consecutiva – a quarta das últimas cinco edições.
A grande vitória ainda devolveu a eliminação na semifinal de 2012, quando o Bayern levara a melhor pela quarta vez sobre o Real nesta fase da competição. Até então, os espanhóis só haviam batido o rival alemão na semifinal em 2000. O Real também reduziu a desvantagem no retrospecto geral na competição, contando agora com nove vitórias, contra 11, em 22 partidas disputadas contra o Bayern desde 1976.
Não bastassem esses números, o Real comemorou o feito individual de Cristiano Ronaldo. O atacante marcou seu 15º e o 16º gol, novo recorde em uma edição da Liga dos Campeões. Ele deixou para trás o rival Lionel Messi e o brasileiro Mazzola, ambos com 14 gols.
O JOGO – Apesar da pressão da torcida alemã e do grande aproveitamento do Bayern em casa, o Real Madrid não se abalou no início da partida e adiantou sua marcação para dificultar a principal arma dos anfitriões: a intensa troca de passes.
Em desvantagem depois de perder a ida por 1 a 0, o Bayern se mostrou mais preocupado com o ataque, e a posse de bola, do que com a defesa. Imprudente, quase levou o primeiro gol aos 8 minutos, em finalização de Gareth Bale.
Melhor em campo, o Real fez valer a superioridade no placar aos 15 minutos. Após cobrança de escanteio, Sérgio Ramos cabeceou sem dificuldade para as redes e silenciou a Allianz Arena. Foram necessários apenas quatro minutos para o visitante repetir a dose em jogada quase idêntica.
Modric cobrou falta na área e o mesmo Sérgio Ramos, sem qualquer marcação, mandou de cabeça para o gol: 2 a 0. Depois dos gols em bola parada, foi a vez do Real lembrar seu incrível poder ofensivo em contra-ataque. E, aos 33, Bale disparou pela intermediária e deu passe para Cristiano Ronaldo, também sem marcação, bater por baixo das pernas do goleiro Neuer.
Os gols abalaram os jogadores do Bayern, o que deixou a partida ainda mais tensa. Pequenos desentendimentos aumentaram dentro de campo e o árbitro precisava intervir com frequência. O clima só esfriou no intervalo.
Sem esconder o desânimo diante da inesperada desvantagem, o Bayern foi para o ataque no segundo tempo. Finalizou mais, permaneceu a maior parte do tempo cercando a área do Real. Mas não conseguia diminuir o placar por causa da eficiente defesa espanhola.
Nem as entradas de Götze, Javi Martínez e Pizarro, nas vagas de Ribéry, Mandzukic e Thomaz Müller, na metade da etapa, mudou o jogo para o Bayern. O time da casa seguia limitado no ataque. Valorizava demais a posse e finalizava pouco.
Mais cauteloso, o Real fechava os espaços na intermediária para minimizar o efeito da posse de bola do rival e fazia intervenções eficientes na defesa. Na parte final, o técnico Carlo Ancelotti deu chances ao jovem Isco e ao brasileiro Casemiro, que entrou em campo aos 38 minutos, na vaga de Di María, mas não teve pouco tempo para mostrar serviço.
Mas o volante pôde assistir ao quarto gol dos espanhóis em Munique. Em cobrança de falta despretensiosa, Cristiano Ronaldo bateu rasteiro e viu a barreira abrir e sabotar Neuer. A bola morreu no canto direito do goleiro, selando a goleada dos visitantes, aos 44 minutos.
Com a eliminação, o Bayern perdeu a chance de repetir a tão almejada tríplice coroa, obtida na temporada passada. Dono do título alemão, o time ainda pode faturar o troféu da Copa da Alemanha em maio.