Seria, numa situação normal, uma reação histórica. Na prática, o empate por 3×3 com o Iraty – após estar levando uma goleada e um totó de bola – não chega a mascarar a fragilidade do elenco do Paraná Clube, a menos de duas semanas do início da Série B do Campeonato Brasileiro. A reformulação será intensa, apesar da diretoria não antecipar dispensas ou até mesmo a mudança no comando técnico. Intramuros, todos vivem sob a tensão de não saber quem fica e quem sai, após um desempenho pífio no Paranaense e na Copa do Brasil.
O jogo tinha tudo para ser melancólico. Apenas cumprindo tabela, o Tricolor entrou em campo para menos de mil (corajosos) torcedores. E o termo “melancólico” foi pouco para o que se viu no primeiro tempo. Dormindo em campo, o Paraná viu o Iraty tocar a bola como quis.
Salvo raras exceções – como os garotos Vinícius e Maicon e o guerreiro Agenor – o time de Velloso foi caricato e presa fácil para o apenas modesto Azulão. Não fosse um lance de perigo logo no início, com Maicon batendo pra fora, e um arremate de fora de Vinícius, nada mais foi produzido.
Diante da apatia tricolor, o Iraty foi à luta e abriu a contagem numa bela jogada de Gilson. O meia saiu da marcação e tocou para Márcio Goiano, que se livrou de dois zagueiros e mandou no canto. Se estava mal empatando, o time desandou de vez ao ficar em desvantagem. Tocando a bola, o Azulão arrancou grito de “olé” dos paranistas e foi nesse ritmo que chegou ao segundo gol. No tiro cruzado de Douglas, Marquinhos mergulhou para marcar de carrinho. O gol fez a Fúria Independente tirar suas faixas e deixar o estádio. Nem viram o terceiro gol do Iraty, marcado por Douglas logo aos 8 minutos do segundo tempo.
Foi então que Velloso – que já havia lançado Kleber – decidiu reconduzir Bruninho ao meio-de-campo. Além das mudanças, contou com uma ajuda de Diego Zanuto. O volante, inexplicavelmente, atirou uma bola em Bruninho e foi expulso. Com um a mais, Velloso partiu para tudo ou nada e colocou Peterson no time.
Aos 24 minutos, o atacante diminuiu, escorando de cabeça um cruzamento preciso de Wando. O gol animou o time, que partiu pra pressão. Não sem levar alguns sustos e até uma bola na trave. Mas, a maré virou de vez quando Wando foi derrubado na área por Neto. Pênalti, que Lenílson converteu com categoria, aos 41 minutos.
A partir daí, foi só pressão, até o empate, marcado por Peterson, aos 47 minutos. O artilheiro – que vivia jejum desde os três gols marcados em Toledo – conferiu de cabeça o cruzamento de Fabinho. Um 3×3, que não irá, ao que tudo indica, mudar a lista de dispensas já preparada pela diretoria tricolor.