Rio – O Rali Dacar, o mais tradicional do mundo, começa hoje, cheio de novidades, com o objetivo de tornar a disputa mais acirrada e proporcionar maior emoção aos aficionados por esta modalidade esportiva. E a família brasileira na competição também sofreu alterações e aumentou, já que nesta edição, além da equipe Petrobras/Lubrax, com representantes entre carros, caminhões e motos, três "novas caras" estarão estreando na corrida, que tem largada prevista para as 6h30 (4h30 no horário de Brasília).
A primeira novidade do Dacar de 2006 começou com a transferência do início da corrida da Espanha, em 2005, para Lisboa, em Portugal. O dia da largada também sofreu alteração, já que a prova começará amanhã e não mais no dia 1.º de janeiro e seu término será no dia 15, na cidade senegalesa.
Sob a alegação de assegurar a segurança dos competidores, as mudanças prosseguiram na 28.ª edição do Dacar. A principal alteração foi a redução em 99% do uso do GPS, aparelho de navegação por satélite; em seguida, veio a limitação de velocidade para 160 km/h estimulada, principalmente, pelo excesso de acidentes em 2005, que culminou com duas mortes, além da redução no tanque das motos. "Estas limitações serão fundamentais para assegurar mais segurança aos competidores", explica Etienne Lavigne, diretor geral do Rali Dacar 2006.
"Na última edição tivemos motos que atingiram 200 km/h. E, com a redução do tanque, precisaremos reabastecer mais vezes e teremos mais tempo para descansar", disse Jean Azevedo, da equipe Petrobras/Lubrax, considerado pela organização do Dacar um dos favoritos para vencer em sua categoria.
As alterações não desestimularam os pilotos, que novamente proporcionaram um número recorde de competidores inscritos. No total serão 748 veículos, com 240 motos, 188 carros, 80 caminhões e 240 viaturas de apoio.
O Brasil estará representado novamente pela equipe Petrobras/Lubrax, com Jean Azevedo, na moto, o piloto Klever Kolberg e o navegador Eduardo Bampi, no carro, além de André Azevedo, Maykel Justo e o checo Mira Martinec, no caminhão. Bampi e Justo estréiam no time. Os outros três brasileiros que participarão pela primeira vez da disputa serão, nos automóveis, o piloto Paulo Nobre, o Palmeirinha, e o navegador Dico Teixeira, além do motociclista Bernardo Bonjean.
Na edição 2006, o Dacar terá um total de 9.043 quilômetros – 4.813 km de trechos cronometrados – e passará por sete países: Portugual, Espanha, Marrocos, Mauritânia, Mali, Guiné e Senegal, durante 16 dias de provas. A etapa mais longa será no dia 9 de janeiro, após o único dia de descanso, entre as cidades de Nouakchott e Kiffa, na Mauritânia, com um total de 874 quilômetros de distância, dos quais 599 cronometrados.
"A organização da prova aumentou o número de trechos longos para peneirar os competidores até a Mauritânia. E, assim, muita gente vai ficar pelo caminho", explicou André Azevedo. "E com o percurso traçado mais para o sul da África, diminuirá o trecho com dunas e teremos um trajeto com terreno duro."
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