Lisboa – Sob a ameaça de ataques terroristas, começa hoje, em Lisboa, a prova mais perigosa do automobilismo mundial: o Rali Dacar. Apesar dos riscos, em sua 29.ª edição a disputa registrou um recorde de participantes inscritos, com um total de 535 veículos (260 motos, 187 carros e 88 caminhões). O Brasil acompanhou a evolução dos números e será representado por 12 competidores.
A largada deste ano ocorrerá pela segunda vez em Lisboa, a partir das 6h30 (4h30 de Brasília) e a prova terá início com duas etapas modificadas, por causa da possibilidade de ataques terroristas. Após um comunicado do Ministério das Relações Exteriores da França, a organização do Dacar cancelou o percurso da 10.ª etapa, prevista para o dia 16 – entre as cidades de Nema, na Mauritânia, e Timbuctus, em Mali – além da 11.ª, no dia 17, quando os competidores retornariam à cidade mauritana.
A solução encontrada para o evento não ser prejudicado foi transformar a 10.ª etapa em uma corrida dentro de Nema. A 11.ª fase também ocorrerá dentro da Mauritânia. Cumpridos os dois percursos, o Dacar retomará o trajeto previsto após um deslocamento até Kaynes, no Mali. A competição será disputada em 15 etapas, durante 16 dias. A previsão é que os pilotos percorram 8.708 quilômetros, distribuídos por seis países: Portugal, Espanha, Marrocos, Mauritânia, Mali e Senegal.
?É claro que uma ameaça nos preocupa, mas a organização sempre está atenta à segurança. Sempre tem alguém que quer usar o rali para divulgar suas causas?, disse o piloto de carro Klever Kolberg, que ao lado do piloto de caminhão André Azevedo são os brasileiros veteranos no Dacar – participam da prova pela 20.ª vez.
Os dois recordistas brasileiros integram a equipe Petrobrás Lubrax, ainda formada pelos navegadores Eduardo Bambi e Maykel Justo, além do mecânico tcheco Mira Matinec. Jean Azevedo, com a moto KTM 700, completa o time.
?Jean com certeza estará entre os dez primeiros e tentará chegar entre os cinco. Entre 160 carros, nosso objetivo é ficar entre os dez e o André tem chance de disputar a ponta?, afirmou Kolberg. Em 2006, a equipe terminou a prova somente nos caminhões, em quarto lugar. Nas motos, Jean sofreu um acidente quando ocupava a oitava posição, e, nos carros, a dupla brasileira abandonou por problemas mecânicos, na nona etapa.
?Fizemos algumas modificações para tentar melhorar neste ano. Nos caminhões, por exemplo, saímos de 14 marchas para 18, com o objetivo de ganharmos desenvolvimento?, destacou André Azevedo.
Os outros brasileiros inscritos na competição são: Carlos Ambrósio, Sylvio Barros e Dimas Mattos, nas motos; Riamburgo Ximenez e Lourival Roldan, além de Paulo Nobre, o Palmeirinha, nos carros; e Ulysses Bertholdo, no caminhão.