São Paulo – As Olimpíadas de Atenas ganharam uma dimensão ainda maior para Flávio Saretta. Ontem, o segundo do ranking nacional e 81.º do mundo, que completou 24 anos em junho, assinou contrato com a empresa do ex-jogador Raí, a V.O.10, que vai gerenciar sua carreira. E em setembro, quando voltar ao País, estará nascendo seu primeiro filho, com a namorada Gabriela, que se chamará Felipe. E o tenista quer marcar esse momento da carreira com uma medalha olímpica no peito. “Não precisa ser de ouro, qualquer uma”, disse.
Saretta embarca quarta-feira que vem para se juntar a Gustavo Kuerten – serão os únicos tenistas a representar o País nos Jogos de Atenas – e não sabe o que esperar da sua primeira competição desse tipo. “Não sei o que esperar. O legal é que estarei com o Guga, que já jogou as Olimpíadas de Sydney, em 2000. O Larri Passos (técnico do Guga) prometeu me ajudar”, revelou.
Saretta só pôde entrar da relação olímpica por causa da desistência de jogadores mais bem ranqueados e pela limitação de quatro jogadores por país. A chave é de 64 tenistas – dos Estados Unidos, por exemplo, irão apenas Andy Roddick, número 2 do mundo, Mardy Fish, 19.º, Vincent Spadea, 20.º, e Taylor Dent, 30.º.
Os próximos dias serão de treinos em São Paulo e de cuidados com a burocracia, como o uso de seu uniforme (Diadora) quando o patrocinador da delegação brasileira é Olympikus. Em 2000, por pouco Guga não foi a Sydney por divergências entre patrocinadores – por coincidência, as mesmas desse caso de Saretta. “Não sei ainda, acho que terei de tampar o patrocínio da Diadora, mas creio que terei problema.”
Ele deve encontrar em Atenas Nelson Nastás, presidente da CBT, com quem rompeu, e por isso não joga a Copa Davis. O dirigente deve estar entre os convidados do Comitê Olímpico Brasileiro (COB). “Mas uma olimpíada não dá para deixar de lado. Agora, a Davis, não tenho idéia do que pode acontecer”, explicou.