Não é segredo para ninguém que o peso superpesado (+91kg) é o calcanhar de Aquiles do boxe amador brasileiro. Tanto que, ao distribuir convites para os Jogos Olímpicos do Rio-2016 ao país-sede, a Federação Internacional (Fiba) não autorizou que uma dessas credenciais seja usada nessa categoria. Mas agora parece haver uma luz no fim do túnel.

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Veterano de 32 anos, Rafael Lima foi chamado de volta à seleção brasileira permanente, após passar pela WSB (World Series of Boxing) e já garantiu medalha nos Jogos Pan-Americanos. Como a chave em Toronto tem apenas oito atletas, ele estreou já nas quartas de final, venceu Clayton Laurent, das Ilhas Virgens por decisão dividida dos árbitros, e se classificou para a semifinal, contra o venezuelano Edgar Muñoz Mata. Como não há disputa pelo terceiro lugar no boxe, vai ganhar pelo menos o bronze.

Outros três brasileiros estrearam nas oitavas de final neste domingo, com duas vitórias e uma eliminação. Assim, o Brasil, que levou apenas sete boxeadores a Toronto, tem uma medalha garantida e quatro atletas nas quartas de final. Dois já deram adeus à competição.

O meio-pesado Michel Borges teve uma estreia difícil contra o norte-americano Steven Nelson, mas venceu por decisão dividida dos árbitros. Ele herdou a titularidade na seleção após Yamaguchi Falcão migrar ao boxe profissional. Pelas quartas de final, luta contra Albert Duran, da Venezuela.

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Roberto Queiroz (o substituto de Everton Lopes) avançou às quartas de final entre os meio-médios após vencer, também por decisão dividida dos árbitros, o canadense Sasan Haghighat-Joo. Na terça, enfrenta Gabriel Maestre, também da Venezuela.

A única eliminação foi do mosca Julião Neto. O veterano de 33 anos era favorito no confronto contra Eddi Barillas, da Guatemala, mas acabou surpreendido, também por decisão dividida.

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Neste ciclo olímpico, as regras do boxe amador foram alteradas, se aproximando das do boxe profissional. São três juízes e cada um deles aponta quem venceu cada round, determinando, assim, quem venceu o confronto.

No sábado, galo Carlos Rocha, de apenas 21 anos, estreou vencendo o guatemalteco Juan Reyes Donis, enquanto o pesado Juan Nogueira fez luta equilibradíssima contra Sammy Elmais, do Canadá, e acabou eliminado.

O boxe brasileiro está muito desfalcado em Toronto. Robenilson de Jesus, Robson Conceição e Patrick Lourenço estão participando de uma liga semi-amadora da Federação Internacional de Boxe Amador (Fiba) e, por terem compromissos em datas próximas do Pré-Pan, foram proibidos de lutar a seletiva.

Como a seleção tem poucos atletas, a Confederação Brasileira de Boxe (CBBoxe) não tinha substitutos para levar ao Pré-Pan e ficou sem vaga em Toronto nas categorias mosca ligeiro e leve. A exceção foi Carlos Rocha, que foi à seletiva em substituição a Robenilson, no peso galo, e se classificou para o Pan.

Flávia Figueiredo é a única representante do boxe feminino e estreia na segunda, no peso médio, contra uma norte-americana, já nas quartas de final (se vencer, garante medalha). Joedison Teixeira, o Chocolate, substituto do agora profissional Robson Conceição, também começa nas quartas no meio-médio ligeiro. Na terça, ele luta contra o mexicano Raul Curiel.