A atitude racista da torcida do Juventude, na partida contra o Internacional, no último sábado, poderá custar caro ao clube da Serra Gaúcha.
O árbitro mineiro Alício Pena Júnior relatou na súmula que cada vez que o volante Tinga, do Inter, pegava na bola, era chamado de ?macaco? pelos torcedores, que também imitavam o animal, pulando nas arquibancadas do Estádio Alfredo Jaconi, em Caxias do Sul (RS).
Citado no artigo 213 do CBDF (Código Brasileiro Disciplinar do Futebol), pelas atitudes racistas, o Juventude poderá ser condenado a pagar uma multa de R$ 50 a R$ 500 mil, além de perder o mando de campo de uma a três partidas, isso porque não teria tomado providências para coibir a atitude hostil de parte da torcida.
Na tarde de ontem, o presidente do Juventude, Walter Dal Zotto Júnior, se defendeu das acusações: ?Houve a ofensa, mas foi só num determinado momento do jogo, logo após o Tinga ter feito uma falta num jogador nosso?.
O dirigente do alviverde gaúcho garantiu que o clube desaprovou a manifestação dos torcedores: ?pedimos através dos alto-falantes para que parassem de gritar, o que ocorreu?.
Dal Zotto disse não acreditar em punição mais séria ao clube e acrescentou, também, que a diretoria já está providenciando a confecção de uma faixa que ganhará destaque no próximo compromisso da equipe em casa, contra o Flamengo, para que o fato não se repita.
Torcedores do próprio Juve demonstraram revolta pela atitude de outros fãs e lembraram que na maior conquista da história do Juventude, a Copa do Brasil em 1999, o treinador era Walmir Louruz, um negro.