“Racha” no Clube dos Treze

São Paulo – O Clube dos 13, entidade que reúne os 20 mais importantes clubes de futebol do Brasil, sofreu uma ruptura enorme ontem, após reunião realizada em São Paulo. Desgostosos com a divisão das cotas da tevê para 2005 – R$ 300 milhões -, São Paulo, Flamengo, Fluminense, Botafogo, Cruzeiro, Vitória e Atlético-PR deixaram a entidade. "Corinthians e Atlético-MG também devem sair nos próximos dias e juntarem-se a nós em novo bloco, mais coeso", diz o presidente do São Paulo, Marcelo Portugal Gouvêa.

O São Paulo foi o primeiro a sair, assim que foi decidido que sua cota no próximo ano seria de 6,96%, assim como as de Corinthians, Palmeiras, Flamengo e Vasco. "Atualmente, nossa parte é de 6,84% e há muito tempo estou defendendo que o São Paulo fique com 8,05%. Na semana passada, decidi lutar por 7,50%. E como fui derrotado, resolvi sair. Aceitamos os 6,96%, sem confusão, não quero bagunça, mas cumpri o que havia prometido. O São Paulo sai, está fora do Clube dos 13", garante Gouvêa.

São Paulo e Flamengo saem por não concordar com 6,96%. Palmeiras e Vasco continuam. Dentre os cinco que recebem maior porcentagem, resta o Corinthians definir sua posição.

Cruzeiro, Fluminense, Botafogo, Atlético-PR e Vitória saem por não concordar com a nova cota do Santos. O Atlético-MG, se sair, o que Portugal Gouvêa considera muito provável, o fará pelo mesmo motivo. Todos esses clubes, exceto o Atlético-PR, receberam 5,22% em 2004. A reunião de ontem determinou o "desgarramento" do Santos, que passará a ganhar 5,97%. "Eu não posso entrar em uma reunião recebendo o mesmo que o Santos e sair dela ganhando menos. Não dá para explicar isso", protestou Zezé Perrella, presidente do Cruzeiro.

A idéia inicial do Santos era entrar na "primeira faixa", onde estão São Paulo, Corinthians, Palmeiras, Flamengo e Vasco. "Se entrasse, ficaria muito desequilibrado, com quatro paulistas e dois cariocas. Não dá, essa é uma questão difícil de se equacionar", alega Juvenal Juvêncio, diretor de futebol do São Paulo.

A reunião que resultou em um "racha" do Clube dos 13 foi presidida por Mustafá Contursi, presidente do Palmeiras. "Eu não fiquei contente com a forma como a reunião foi conduzida por ele. Foi uma condução muito rude", diz Gouvêa.

Os clubes que caem para a Série B, como Grêmio, têm uma compensação. No primeiro ano, recebem 50% do que teriam direito se continuassem na Série A. No segundo ano, ficam com 30% e no terceiro não têm ajuda nenhuma – recebem apenas o correspondente às cotas da Segundona. Como a Portuguesa.

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