O que era para ser a ?tábua de salvação? para o Tricolor, que vinha de uma seqüência de insucessos no Brasileirão, transformou-se em mais um furo na embarcação do clube. Com cinco derrotas seguidas, o Paraná Clube começa a naufragar e os mais pessimistas já passam a olhar para a parte de baixo da tabela. Tudo bem que o jogo de ontem nada tem a ver com a campanha no Nacional, mas a forma como o time se rendeu ao Atlético só agravou a crise interna que ronda o clube há semanas.
?É momento de tranqüilidade. Não tínhamos o melhor time antes e não temos o pior agora?, disse o técnico Caio Júnior, que reclamou da falta de sorte e das dificuldades pontuais que vem encontrando jogo a jogo. ?A maré não é boa. Quando jogamos bem, o árbitro interfere. Quando o jogo está a nosso favor, tomamos gols de bobeira?, comentou. O treinador ainda se mostrava contrariado com a forma como o Paraná permitiu a virada do rival ainda no primeiro tempo.
Na sua visão, o fator determinante para o revés foi a expulsão de Beto. ?E, numa jogada onde ocorrera falta sobre o Sandro, que o juiz não deu. Veio a infração do Beto e o vermelho, que nos complicou no jogo?, analisou. Para Caio, o sinal mais evidente do momento ruim do time veio quando o Paraná reagia na partida, mesmo já tendo levado o terceiro gol. ?Se fizéssemos aquele pênalti, poderíamos até empatar. O Émerson tem 100% de aproveitamento nos treinos. Fazer o quê??.
Caio só não admite que a sua equipe tenha ?virado o fio?. ?Fisicamente o time está muito bem. Nem levo essa hipótese em consideração?, frisou. Caberá, ao treinador, então, encontrar solução imediata para não deixar a crise e o pessimismo fazerem morada na Vila Capanema. O zagueiro Gustavo, único jogador a passar pela sala de imprensa após a derrota, disse que o time tem potencial, tem qualidade, mas precisa voltar a jogar como antes.
?Recuperamos nosso estilo frente ao Grêmio. Marcando forte para jogar no erro do adversário. Algo que não fizemos nesse clássico?, disparou. ?Não sei o que acontece, mas às vezes estamos nos atirando à frente, querendo jogar para depois marcar.?
Para Gustavo, essa pode ser a explicação para a sobrecarga da defesa, que sofreu treze gols nos últimos cinco jogos. O volante Pierre, ainda na saída do gramado, inconformado, admitiu que o time não está se encontrando e, muitas vezes, aceitando o jogo do adversário.
Situação prontamente rebatida por Caio, na coletiva. ?Aqui, todos têm que assumir sua parcela de culpa. Só com união desse grupo a gente vai reverter esse momento.? Gustavo concordou. ?Qualidade nós temos. Ainda podemos recuperar o bom futebol do primeiro turno, com o comprometimento de todos?, finalizou.