“Não queremos um favor, queremos vencer pelo mérito.” Com essa frase o presidente da Comissão da Candidatura Rio 2016 e do Comitê Olímpico Brasileiro, Carlos Arthur Nuzman, defendeu nesta segunda-feira a candidatura da cidade aos Jogos Olímpicos.
O fato de a América do Sul nunca ter sediado a competição é um forte argumento a favor do Rio, mas ele acredita que é possível “mostrar para o mundo, com o apoio do governo federal”, que a cidade tem condições de realizar o evento.
“Temos grande chances”, disse o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), que está em Londres com uma missão de secretários e empresários para promover o Estado. Hoje, ele participará de encontros com entidades ligadas à Olimpíada de 2012, que acontecerão na capital britânica, e visitará obras da parte da cidade onde os jogos ocorrerão.
Segundo Cabral, há muito o que aprender com Londres, “uma cidade que consegue manter a tradição e se renovar ao mesmo tempo”. Mas o objetivo também é pedir apoio à candidatura do Rio. “Sou um político, e políticos pedem votos.
Além do Rio, outras três cidades estão concorrendo para a Olimpíada de 2016: Tóquio, Chicago e Madri. O vencedor será anunciado em outubro de 2009 pelo Comitê Olímpico Internacional (COI)
Em coletiva nesta segunda em Londres, Cabral e Nuzman tentaram amenizar os problemas com a violência e a falta de segurança no Rio, um dos principais desafios para a realização dos Jogos. “É claro que há problemas, mas estamos enfrentando e eles estão diminuindo”, disse o governador.
Segundo ele, a avaliação feita pelo COI no quesito segurança melhorou na comparação com as outras vezes que o Rio tentou sediar jogos internacionais. “Nossa nota mínima agora foi a máxima nas outras vezes.
O governador destacou ainda que, após os Jogos Pan-americanos de 2007, a realização do Jogos Mundiais Militares, em 2011, e da Copa do Mundo, em 2014, irão preparar a cidade para a Olimpíada. “A seqüência de eventos mostra que as coisas não ficarão para a última hora”, disse.
O efeito de inclusão social dos Jogos no País também foi destacado. “Que diferença faria para as outras cidades [candidatas]? Para nós, seria uma transformação social”, disse o governador.
Por fim, ele aposta no apelo da beleza natural e da cultura da cidade. Cabral contou aos jornalistas estrangeiros sobre a decisão do jogador Romário, ao deixar o time do Barcelona em 1994, após vencer a Copa do Mundo, para jogar no Flamengo. “Quando ele foi questionado, perguntou aos jornalistas: vocês já estiveram no Rio?”