A demissão do técnico Ricardo Drubscky decretou a falência do propalado planejamento do Atlético em 2013. Sob a alegação de que o elenco principal seria poupado da disputa do Estadual para não se submeter a excesso de jogos, Drubscky ficou praticamente cinco meses só treinando seus comandados. Sem pressão, não aprofundou um desenho tático e nem conseguiu avaliar quem servia e quem não servia para o time. Curtiu a boa vida dentro do CT do Caju, sem se dar conta de que quando o Campeonato Brasileiro começasse para valer seria sua cabeça que estaria a prêmio. Foi o que ocorreu.
Até a suposta vantagem na preparação física, com os jogadores mais descansados e menos propensos a lesões, se esvaiu. A paralisação para a Copa das Confederações serviu para igualar os times neste item. De janeiro até agora, o Atlético não ganhou nada com seu planejamento, ou melhor, ganhou a Marbella Cup, na Espanha, mas cujo objetivo nem foi atingido. O torneio é conhecido por ser chamariz de empresários interessados em negócios para clubes europeus. Nenhum jogador rubro-negro foi transacionado e o clube ainda teve de trazer à tiracolo o espanhol Fran Mérida, que até agora não disse a que veio.
Drubscky era para ter caído antes. Só sobreviveu mais tempo no cargo por causa da Copa das Confederações. Nas cinco primeiras rodadas do Campeonato Brasileiro, antes do torneio da Fifa, seu nome já estava riscado depois dos empates contra Cruzeiro e Flamengo, onde o Atlético vencia como mandante por 2 x 0 e cedeu o empate. A vitória por 4 x 3 contra a Ponte Preta lhe deu sobrevida. O terceiro empate em casa – 1 x 1 contra o Grêmio – fez a corda arrebentar do lado mais fraco.
Ricardo Drubscky sai demitido na condição da testemunha que viu o malfeito, mas não denunciou. Foi cúmplice por se achar imune, só porque conseguiu subir o clube na Série B. Pior: deixa legado quase zero para seu sucessor, seja qual for. Dos jogadores contratados nesta temporada, somente o lateral-direito Léo e o meio-campo Éverton tornaram-se titulares no Campeonato Brasileiro. Venha quem vier, vai ter trabalho e terá que mostrar trabalho. Caso contrário, terá destino igual ao de Drubscky, um mero burocrata da bola.