Quase tudo certo para a permanência de Bonamigo

Adeus ano velho, feliz Ano Novo… 2002 já acabou para o Coritiba, e 2003 começa ainda em dezembro. Os jogadores foram liberados para vinte dias de férias, e retornam no dia 11 para o início da pré-temporada.

E, como a diretoria adiantou, não haverá muitas novidades – à exceção de alguns interesses considerados “surpreendentes” (nas palavras de Domingos Moro). E a primeira notícia da entressafra deve ser a permanência do técnico Paulo Bonamigo.

O treinador foi oficialmente convidado para ficar no Alto da Glória na manhã de ontem. “Fico muito feliz com o convite do Coritiba”, diz Bonamigo, que já demonstrou interesse em continuar. “Um trabalho de sete meses não pode ser interrompido, e os dirigentes foram os primeiros a perceber isso”, comenta. “Acho que há muitos frutos a colher desta temporada, e o trabalho tem plenas condições de sucesso”.

É o que também pensa o secretário Domingos Moro. “Nosso interesse é manter as pessoas que estão aqui. E a primeira a ser mantida é o Bonamigo. O trabalho dele foi muito bom, e tem que ser continuado”, explica o dirigente, que afirma que a intenção da diretoria é manter toda a comissão técnica. “Não só pretendemos manter o Bonamigo como os seus assistentes, os preparadores físicos e o staff médico”, avisa Moro.

Isso faz Bonamigo pensar com mais carinho ainda em uma permanência no Alto da Glória. “Um dos motivos que me faz querer ficar é o trabalho da comissão técnica. Fizemos um campeonato brasileiro do mais alto nível, e isso não pode ser esquecido”, diz o treinador. “De nossa parte, está 99,99% garantida a recontratação do Bonamigo”, completa Moro.

Se no comando técnico a renovação é muito próxima, no elenco as pendências terão que ser bem negociadas. Fernando, Edinho Baiano, Reginaldo Nascimento, Tcheco, Lúcio Flávio e Sérgio Manoel são alguns dos jogadores que terão seus contratos vencendo ao final do ano, e a diretoria garante que quer manter os seis. “É surpresa para muitos, mas queremos todos os jogadores. Inclusive o Sérgio e o Lúcio, que foram muito importantes neste ano”, diz Domingos Moro.

Couto Pereira de tantas glórias

A feitura de uma lista sempre é complicada. Afinal, qualquer coisa que seja relacionada em algo que se assemelhe a uma “lista” afeta a todos, e sempre há discordâncias. “Por que não está aquele jogo?”, podem perguntar alguns. Pois é. A Tribuna apresenta abaixo sete jogos inesquecíveis, que marcaram os setenta anos do Estádio Couto Pereira. Analise, compare com seus jogos inesquecíveis, e relembre esses grandes momentos do maior estádio do Paraná.

Coritiba 4×2 América (1932)

Nada melhor que começar em alto estilo. A primeira partida do Cori em sua casa (então chamada de Belfort Duarte) não foi a inauguração do estádio, que acontecera um dia antes. Mas valeu pela festa, que parou a cidade (para se ter uma idéia, um avião lançou a bola que seria usada na partida), e pela vitória sobre o então campeão carioca.

Coritiba 0x1 Brasil (1968)

A camisa era da seleção paranaense, mas o time era o Coritiba, que enfrentava a seleção brasileira (pela primeira vez em Curitiba), com muitos dos jogadores que depois venceriam a Copa do Mundo em 70. Também com a camisa amarela estava Nilo, lateral-esquerdo coxa, que não contou com “tanto” apoio da torcida. A partida foi equilibrada, mas o cruzeirense Dirceu Lopes (na sua grande fase) fez o gol que deu a vitória de 2 a 1 à seleção.

Coritiba 0x0 Atlético (1978)

Três jogos, três recordes de público, três empates em 0 a 0. A final do campeonato paranaense de 78 foi a mais eletrizante da história do maior clássico do nosso futebol. O duelo tático entre Chiquinho Neto e Diede Lameiro acabou sendo decidido nos pênaltis, e o Coxa, apoiado na liderança serena de Pedro Rocha, levou a melhor. O herói foi Manga, com 40 anos e uma lesão na coxa, defendendo dois pênaltis rubro-negros.

Atlético 2×0 Flamengo (1983)

Parecia que todos os atleticanos seguiram para o Couto Pereira àquela tarde de domingo. Mesmo com a derrota por 3 a 0 no Maracanã, o Atlético contou com 65.253 fanáticos torcedores, na partida com maior público da história do estádio. O domínio sempre foi do rubro-negro paranaense, mas a vitória por dois gols foi insuficiente para classificar o time para a final do campeonato brasileiro. A frustração só foi compensada 18 anos depois.

Coritiba 2×0 Santos (1985)

Tudo estava acabado. A vantagem de apenas um gol, combinada com a vitória do Fluminense sobre o Bahia, eliminava o Coritiba do campeonato brasileiro. Mas, no último lance, Marco Aurélio driblou três jogadores e ia chutar – mas Lela, oportunista e ‘fominha’, deu um bico na bola e venceu Marolla. Aquele resultado serviu como grande arrancada para o Coxa conquistar o título brasileiro.

Coritiba 2×0 União Bandeirante (1989)

O empate na primeira partida da decisão do campeonato paranaense foi um susto para a torcida coxa. Mas aquele time treinador por Edu Coimbra não perderia aquele título. O time, considerado por muitos um dos melhores dos 93 anos de Coritiba, venceu o segundo jogo com facilidade, e conquistou o estadual. Foi o último título alviverde dentro do Alto da Glória.

Brasil 2×0 Chile (2001)

Luiz Felipe Scolari apostou no apoio dos sulistas, tanto que pediu para que a CBF levasse a partida contra o Paraguai para Porto Alegre. O jogo seguinte no Brasil estava marcado para São Paulo, mas houve nova mudança, desta vez para Curitiba – e o Couto Pereira recebeu a primeira partida oficial da seleção na capital paranaense. A torcida deu a resposta, e só não houve mais gente no estádio porque choveu torrencialmente. Em campo, Rivaldo comandou a vitória da seleção, que recuperou a equipe nas Eliminatórias.

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