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Técnico uruguaio, ex-lateral da Celeste, vive no Brasil desde 85.

Há mais de 30 anos no Brasil, o técnico uruguaio Sérgio Ramirez fica dividido quando as camisas amarela e celeste se enfrentam. Ex-lateral da seleção, ele ainda acompanha o time uruguaio. Porém, diz que após tanto tempo já se sente um pouco brasileiro.

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Desde 1985 no País, Ramirez já dirigiu clubes como Atlético, Coritiba, Paraná, Vitória, Ceará, Criciúma… Seu último trabalho foi à frente do Avaí, que deixou há cerca de 60 dias. ?Estou esperando o telefone tocar?, afirma.

Enquanto uma nova proposta não aparece, Ramirez está de olho na Copa América. No confronto desta noite, ele aponta o Brasil como favorito. Mas avisa: a briga vai ser equilibrada e o Uruguai tem qualidade para surpreender.

Tribuna: O que esperar de mais este confronto entre Brasil e Uruguai?

Ramirez: Acredito em um equilíbrio muito grande, até pela rivalidade. É um clássico continental. Além disso, os dois times mostraram evolução em relação às primeiras partidas e vêm crescendo na competição.

Tribuna: Quais são os pontos fortes do Uruguai?

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Ramirez: É uma equipe que se destaca mais pelas qualidades individuais que no conjunto. Tem jogadores muito bons, como Lugano, Recoba, Forlan e Pablo Garcia. Se eles assumirem a responsabilidade de decidir, o Uruguai pode sair vencedor.

Tribuna: O Brasil pode ser considerado favorito?

Ramirez: Eu acho que sim. Pelo retrospecto, acredito que o Brasil tem mais chances. O Uruguai ainda é um time inconstante, com altos e baixos. Jogou bem contra a Venezuela, mas era um adversário muito fraco. Fez apenas sua obrigação.

Tribuna: Como o Uruguai pode surpreender?

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Ramirez: É uma equipe que tem muita velocidade na frente e força na marcação. Joga com uma linha de quatro na defesa, com Diogo, Lugano, Rodriguez e Scotti. Pelas características, acho que deve esperar o Brasil e tentar sair nos contra-ataques.

Tribuna: Você arrisca um palpite para o jogo?

Ramirez: Eu gostaria que fosse para os pênaltis. E daí, seja o que Deus quiser. Eu vivo há 30 anos no Brasil e o coração fica um pouco dividido. Mas como eu defendi a seleção celeste, sempre vou torcer para o Uruguai.