Primeiro-ministro russo, Vladimir Putin não vai viajar até Zurique para acompanhar a escolha das sedes das Copas do Mundo de 2018 e 2022, na quinta-feira, dizendo que ele não quer se envolver em uma “competição desleal”. Putin, que foi um dos maiores defensores da candidatura russa ao Mundial de 2018, disse que há uma campanha para difamar os membros do Comitê Executivo da Fifa, que irão definir através de votação os anfitriões do torneio.
“Vejo isso como uma competição desleal”, disse Putin, mas sem explicar especificamente o que ele vê como incorreto. “Consideramos os métodos absolutamente inadmissíveis. Recentemente, infelizmente, vimos uma campanha clara contra membros do Comitê Executivo da Fifa”, acrescentou Putin.
Antes da votação, dois membros foram expulsos do Comitê Executivo da Fifa por supostos casos de corrupção revelados por um jornal britânico. Nesta semana, documentário da BBC acusou dirigentes que participam da eleição, como o brasileiro Ricardo Teixeira, de terem recebido propina da ISL, antiga empresa de marketing da Fifa.
Em vez de Putin, a delegação russa será liderada pelo vice-primeiro-ministro Igor Shuvalov, o bilionário Roman Abramovich, dono do Chelsea, o atacante Andrei Arshavin, do Arsenal, a diva da ópera Anna Netrebko e o maestro Valery Gergiyev.
A Inglaterra, e as candidaturas conjuntas de Espanha e Portugal e Bélgica e Holanda também tentam sediar a Copa do Mundo de 2018. “Eu realmente gostaria de apresentar esta candidatura pessoalmente, mas, nestas condições, considero que é melhor se abster de viajar por respeito pela Fifa, para lhes dar a chance de tomar uma decisão com calma e sem qualquer tipo de pressão externa”, disse Putin.
Putin exortou outros líderes para que também ignorem o a eleição em Zurique, mas o primeiro-ministro britânico, David Cameron, já está na Suíça para fazer lobby junto aos membros da Fifa, em nome da Inglaterra, e outros políticos também são esperados.
Putin, que havia sido escalado para falar sobre a candidatura, poderia estar se distanciando da campanha da Rússia, porque ele não pretenderia ser ligado a uma derrota. Em 2007, ele foi à Guatemala quando a cidade de Sochi, na Rússia, foi escolhida para sediar os Jogos Olímpicos de Inverno de 2014.