Punida por doping, Federação russa vê IAAF desviar foco de seus próprios erros

O presidente em exercício da Federação Russa de Atletismo, Vadim Zelichenok, afirmou neste domingo que a Associação Internacional de Federações de Atletismo (IAAF) puniu a entidade, suspensa de competições internacionais após a revelação de um grande esquema de uso de doping, para desviar a atenção dos próprios erros que cometeu como principal organização da modalidade.

Na última sexta-feira, por meio de uma votação em que foi derrotada de forma massacrante, por 22 votos a 1, a IAAF suspendeu a entidade russa quatro dias depois que um relatório da Agência Mundial Antidoping (Wada, da sigla em inglês) acusar o próprio governo russo de ajudar a acobertar um vasto programa de doping envolvendo os atletas do país. Por causa do problema, a Rússia corre o risco de não participar dos Jogos Olímpicos do Rio, em 2016, nesta modalidade.

Zelichenok, porém, destacou neste domingo que a revelação de um segundo relatório da Wada será um “duro golpe” para a IAAF e “explicará parcialmente” porque foi tomada uma “decisão tão dura” com a Federação Russa de Atletismo. “Isso teve a intenção de desviar o golpe de si mesmo”, afirmou ao se referir à IAAF.

O dirigente se manifestou neste domingo depois de o ministro do Esporte da Rússia, Vitaly Mutko, ter dito no último sábado que os russos avisaram à Wada que a IAAF estava escondendo casos de doping.

O ex-presidente da IAAF, Lamine Diack, está sendo investigado pela polícia francesa após ser acusado de aceitar suborno para acobertar casos de doping de atletas russos. E Mutko admite que o governo irá investigar e combater casos de doping entre seus competidores, mas ressalta que “os problemas não começaram na Rússia”. “A Rússia não é o principal problema no atletismo mundial”, afirmou.

PEDIDO AO COI – Neste domingo, por sua vez, Mutko pediu para o Comitê Olímpico Internacional (COI), principalmente na figura de seu presidente, Thomas Bach, sair em defesa dos atletas honestos russos que não usaram doping.

“Confio que a se imponha a sanidade. É hora de o presidente Bach e toda a organização (do COI) entrar em cena para dizer basta e não permitir que os atletas limpos, honestos, sofram por pessoas que se doparam”, afirmou o ministro, em declarações dadas para a agência russa R-Sport.

Mutkó também respondeu a Richard McLaren, membro da comissão independente da Wada, que avisou neste domingo que toda a atividade da própria IAAF poderá ser suspensa e que o próprio atletismo poderia ficar fora do calendário de esportes da Olimpíada de 2016, o que é algo improvável. O ministro, inclusive, acha totalmente improvável que isso ocorra. “Se o Rio ficar sem atletismo, será um colapso total da Olimpíada, algo que não se pode permitir”, afirmou.

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