Excluir atletas dos Jogos do Rio e de qualquer outra competição por doping é uma decisão correta, afirmou nesta segunda-feira o head coach da equipe olímpica de natação da Itália, Cesare Butini, durante entrevista coletiva em Santos, no litoral sul de São Paulo. A delegação está na cidade paulista para um período de adaptação e treina desde a última sexta-feira na piscina da Universidade Santa Cecília (Unisanta).

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“Temos máxima confiança nas agências internacionais antidoping e acreditamos que foi uma escolha certa manter exclusos os atletas que sofreram penas por doping, mas não contestamos as decisões dos órgãos internacionais, apenas respeitamos essas decisões”, disse Butini quando questionado sobre a punição à equipe de atletismo da Rússia (banida dos Jogos do Rio) e sobre a decisão do Comitê Olímpico Internacional (COI) de não estender a medida às demais modalidades do país acusado de promover um “doping de estado”.

A equipe olímpica de maratona aquática da Rússia também está treinando da piscina da Unisanta, em Santos, e dois atletas participaram de uma homenagem nesta manhã, quando receberam placas comemorativas. Mas nenhum integrante da delegação russa concedeu entrevista.

“A atenção ao doping, na Itália, é muito alta. Nosso principal atleta, Gregório Paltrinieri (ouro nos 1.500 metros livre em Londres, campeão europeu e maior esperança italiana nos Jogos do Rio), já foi submetido a mais de 30 testes antidoping. Temos duas agências internas, nossa equipe atual é limpa e nosso foco máximo é no controle, com sensibilização dos atletas para que tomem cuidado com o que eles comem, bebem ou compram na internet”, ressaltou Cesare Butini.

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SEGURANÇA – O gerente da seleção italiana, Stefano Rubaudo, responsável pela logística do grupo, afirmou que, nos últimos dois anos, recebeu diversas orientações sobre o vírus da zika, ações de terrorismo e sobre a violência no Rio.

“Sabemos que o Brasil não é a Itália, no que diz respeito à segurança e à situação sociopolítica, mas minha experiência é positiva até agora. Eu já estive aqui por seis vezes, para tratar da logística para os Jogos do Rio, e nunca enfrentei nenhum problema, inclusive em Santos. Nos aeroportos, nós desembarcamos com tranquilidade. Fomos escoltados pela polícia em São Paulo, mas foi muito mais por causa do trânsito, para reduzir o tempo de viagem até o litoral, que poderia demorar até quatro horas”, disse.

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O pró-reitor administrativo da Unisanta, Marcelo Pirilo Teixeira, criticou a falta de apoio do COI no esquema de segurança para as delegações russa e italiana que estão treinando na universidade. “Todo o policiamento para trazê-los até Santos e também o apoio aqui nas imediações foi solicitado por nós, em um esforço totalmente local. O comitê, que tem essa responsabilidade, não se apresentou”, afirmou.

VILA OLÍMPICA – Stefano Rubaudo também falou sobre os recentes problemas na Vila Olímpica. Segundo o gerente, a previsão é de que os atletas italianos viagem para o Rio de Janeiro nos dias 2 e 3 de agosto, mas ele já se prepara para eventuais dificuldades.

“É normal bolar um plano B porque, se não for assim, não é possível solucionar imprevistos. Recebemos informações de que o Comitê Olímpico contratou uma equipe de trabalhadores para resolver os problemas atuais. Eu viajo hoje ao Rio para verificar pessoalmente quais são as condições. Caso os problemas possam ser solucionados rapidamente, estenderemos nosso período em Santos por um ou dois dias, mas se for por um tempo maior, precisaremos de alternativas, como apartamentos”, explicou.

“Nossa delegação de esportes aquáticos tem aproximadamente 80 atletas (natação, polo aquático, saltos ornamentais e águas abertas) e, se tudo não ficar pronto, acredito que será um trabalho difícil porque há delegações de outros países. Será um problema de todos”, concluiu o gerente italiano.