O Paraná Clube entra na semana tentando sanar os problemas e espera ter dias mais calmos. Dentro de campo, a equipe vem de derrota para o Atlético Goianiense, em Goiânia, por 2×1, e não retornou à zona do rebaixamento graças à vitória do Vila Nova diante do Oeste, no sábado. O Tricolor terá agora dois compromissos dentro de casa e uma sequência de vitórias diante de adversários próximos na tabela é fundamental para não terminar a primeira parte da Série B, nas últimas colocações. Amanhã, às 19h30, o Paraná recebe o Icasa e no sábado, tem o duelo com o Bragantino.
No entanto, as próximas horas serão decisivas fora de campo. Amanhã, termina o prazo dado pelos jogadores para que a diretoria efetue o pagamento de parte dos salários de atletas e funcionários. Há uma semana, através de um comunicado, o capitão Lúcio Flávio ressaltou que caso não ocorra o pagamento, os atletas irão tomar algumas medidas e uma paralisação das atividades pode acontecer a partir de quarta-feira.
O assunto parou de ser comentado pelos jogadores, mas nos bastidores a notícia é amplamente discutida. A diretoria estaria confiante em conseguir os valores e evitar um novo vexame na recente história do clube. No entanto, o caso deixou cicatrizes e o relacionamento entre jogadores, comissão técnica e a direção ficou estremecido.
O técnico Claudinei Oliveira está fechado com o elenco e os recorrentes problemas atrapalham o dia a dia. Vários jogadores demonstram preocupação e, naturalmente, o rendimento de um treino em um jogo pode ser alterado. “Eu não posso ficar em um lado e os atletas do outro, pois eles correm por mim e seguem minhas orientações. Não quero polemizar, eu imagino que a direção está sentindo a pressão e ninguém gosta de ter o nome ligado a este tipo e assunto. Temos que ganhar estes dois jogos para ver o que vamos fazer ali na frente. Mas fica difícil, não vejo horizonte e perspectiva e os jogadores são cobrados e ninguém quer saber”, disse Claudinei Oliveira.
O discurso do treinador deixa a impressão que o ciclo no Paraná está terminando e vai esperar o fim do primeiro turno para decidir o que fazer. “Estou buscando dar o melhor treinamento, independentemente da questão financeira. Mas eu sei que uma hora isto vai acontecer e se um dia eu sair, quero deixar o Paraná longe do Z4. O dia de amanhã a Deus pertence. Só tenho que reconhecer a torcida, que é acima da média. Até por este motivo tive propostas e não seria justo deixar o clube nesta situação delicada. Mas tenho que pensar na minha família e na carreira. As pessoas que estão perto, sabem que estamos fazendo um bom trabalho, mas aqueles que estão longe irão falar que o Claudinei só perde, não presta e o tijolinho vai desmoronar. Eu tenho muito carinho pelo clube e pelos jogadores”, desabafou Oliveira.