O Pinheirão está prestes a virar poeira, bem como as economias de quem investiu dinheiro no estádio. É o caso dos proprietários de cadeiras, que ainda não sabem como e se serão ressarcidos no processo de leilão.
A Madeshopping Investimentos e Participações Ltda., que na sexta-feira arrematou o estádio e o terreno do Pinheirão por R$ 11,2 milhões em leilão determinado pela 4.ª Vara da Fazenda Pública de Curitiba, afirmou que não se responsabilizará pelos donos das cadeiras. A empresa, controlada pelo Grupo Tacla, alegou pela assessoria de comunicação que o leilão não incluiu dívidas e direitos contraídos pelos proprietários anteriores do imóvel.
Por sua vez, o superintendente da Federação Paranaense de Futebol (FPF), Lourival Barão, empurrou a questão para o futuro. ?Temos grande possibilidade de anular o leilão. Levantar estas questões antes da homologação do arremate é um discurso vazio?, afirma o dirigente. A questão, de qualquer foram será usada na defesa da FPF na tentativa de reversão do quadro. ?Os proprietários de cadeiras também são donos do estádio, mas não foram intimados para tomarem ciência do processo. É uma irregularidade no processo?, diz Barão, que não soube precisar quantos donos de cadeiras o Pinheirão ainda dispunha.
Dorival Guilherme Eschholz, que há mais de duas décadas adquiriu duas cadeiras no estádio da FPF, questiona a situação de quem está no meio da confusão. ?É preciso definir se quem vai ressarcir é a Tacla, a Federação ou quem quer que seja. Só não é justo comprar um direito e ficar na mão?, afirma.
Tacla: estádio será demolido
O grupo Tacla rebateu a contestação da FPF quanto ao preço pago no arremate. Segundo os empresários, o metro quadrado na região vale cerca de R$ 100 – como o terreno do estádio tem 124 mil m2, o preço giraria em torno de R$ 12,4 milhões, perto do valor desembolsado pelo grupo. O estádio não poderia ser levado em conta, uma vez que não é objeto da compra e será demolido. A empresa não quis confirmar a construção de um shopping center no terreno, e diz que estudos de mercado determinarão o destino da área. Mas o shopping é mesmo o projeto dos novos donos do terreno, que já possuem um empreendimento deste tipo em Itajaí, outro em Ponta Grossa e dois em Curitiba (o Crystal e o Palladium, que será inaugurado ano que vem, no bairro Portão, com mais de 300 lojas).
