Proprietários de cadeira no Pinheirão querem ressarcimento

O inevitável fim do Pinheirão, leiloado para pagamento de dívidas, motivou a criação de um novo movimento social: os ?sem-cadeira?. Torcedores que pagaram (e caro) pelo direito de acesso ao estádio alinhavaram a criação de uma associação para buscar ressarcimento na Justiça.

A iniciativa é do advogado Samir El Hajjar, ele próprio um ex-dono de cadeira que conseguiu indenização por quebra de contrato. Samir comprou a cadeira perpétua em 1989 e resolveu pedir o dinheiro de volta oito anos depois, logo que a FPF tentou ?empurrar taxas de manutenção? e ofereceu como ?brinde? 40 jogos gratuitos. ?O acesso livre já era garantido por contrato. E a manutenção só seria cobrada quando estivessem prontos as quadras poliesportivas e outros benefícios que nunca ficaram prontos. Decidi que era hora de me livrar?, diz o advogado.

A sentença do Tribunal de Justiça do Paraná saiu em 2003 e determinou que a FPF pagasse indenização de R$ 4 mil (equivalente ao valor pago pelo bem, mais juros), além de mais R$ 2 mil de honorários e outras taxas. Segundo o acórdão judicial houve quebra de contrato, uma vez que a Federação prometeu benefícios na parte social que nunca saíram do papel.

Agora, com a compra do Pinheirão pelo Grupo Tacla e a provável demolição do estádio, os proprietários dos direitos de uso das cadeiras ficam ainda mais órfãos. ?Como desaparece o objeto do contrato, a Federação é obrigada a ressarcir quem pagou por um direito que seria perpétuo?, diz o advogado.

Assim, Samir e outro dono de cadeira do estádio, o aposentado Dorival Guilherme Eschholz, juntaram-se para fundar a Associação dos Adquirentes Lesados do Centro Poliesportivo Pinheirão. A idéia é reunir o maior número de proprietários de cadeiras e ganhar força na tentativa de ressarcimento. É o caso do torcedor Marcos Rodinei Becher, ex-funcionário do Jockey Club, que já procurou a associação munido de carteirinha e dos boletos de pagamento das mensalidades. Os proprietários que quiserem aderir ao movimento precisam entrar em contato com o advogado pelo email: samir_el_hajjar@hotmail.com.

Os fundadores acreditam que entre 6 mil e 7 mil cadeiras foram vendidas desde o final dos anos 60, época da apresentação dos primeiros projetos do Pinheirão, ainda sob a gestão de José Milani na FPF. Ou seja, se todos forem indenizados, o tamanho do pepino ultrapassará facilmente os R$ 25 milhões. ?E a Federação não pode atribuir esse ônus ao Grupo Tacla, porque só o imóvel foi comprado e os donos de cadeiras nunca foram proprietários do estádio, apenas tinham direito de uso?, disse Samir.

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