Está longe de terminar a polêmica sobre a liberação da venda de cerveja nos estádios de futebol de Curitiba e do Paraná. Depois da confusão que foi a discussão sobre o tema na Câmara Municipal, agora a Assembleia Legislativa retirou da pauta de votação o projeto de lei que regulamenta a venda e o consumo de chope e cerveja nos estádios e ginásios do Estado. E não só foi retirado como não há data prevista para que o assunto volte a entrar na pauta dos parlamentares.
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O pedido de retirada foi feito pelos onze deputados estaduais que assinaram o projeto de lei – Luiz Claudio Romanelli (PSB), Alexandre Curi (PSB), Stephanes Junior (PSB), Ademir Bier (PMDB), Pedro Lupion (DEM), Marcio Pauliki (PDT), Tiago Amaral (PSB), Fernando Scanavaca (PDT), Marcio Nunes (PSD), Nelson Justus (DEM) e Anibelli Neto (PMDB). E isto aconteceu a horas da votação do mérito no plenário, marcado para as 14h30 da segunda-feira (12). Havia inclusive mobilização dos clubes, os principais interessados na liberação. O Atlético chegou a divulgar em suas redes sociais um pedido para os torcedores fossem à Assembleia se manifestar a favor do projeto.
Nas audiências públicas realizadas no Legislativo estadual, os clubes foram representados sempre por seus presidentes (Luiz Sallim Emed, do Atlético; Rogério Portugal Bacellar, do Coritiba; e Leonardo Oliveira, do Paraná Clube), num posicionamento claro de apoio à liberação das bebidas. Além do alto retorno financeiro para os clubes, que perderam inclusive potenciais patrocinadores, há um componente lógico para a aprovação – a falta de fiscalização. Se no Couto Pereira, na Vila Capanema e na Arena da Baixada há acompanhamento para que não se venda cerveja, em muitos estádios do interior está tudo liberado. Nos ginásios onde acontecem jogos da Superliga, da Liga Futsal e do NBB também a venda acontece sem maiores problemas.
Mas há um forte lobby da bancada evangélica, da Associação Médica do Paraná e do Ministério Público, que são frontalmente contrários à aprovação do projeto de lei multipartidário. A intenção dos deputados ligados às igrejas é que o assunto seja enviado à Comissão de Segurança Pública – os políticos próximos à Polícia Militar também não aprovam a liberação da cerveja nos estádios. Foi mais ou menos o mesmo jogo de empurra que se viu na Câmara de Vereadores, quando um projeto semelhante foi aprovado, mas no segundo turno acabou sendo rejeitado – quer dizer, vereadores que foram a favor “mudaram de ideia”. Fatos que podem até se repetir neste acidentado caminho na Assembleia Legislativa.
