Na reunião semanal das mesas diretivas dos conselhos do Atlético, o assunto Copa do Mundo veio à tona e desta vez com sérios questionamentos de Amadeu Geara em relação às garantias que Mário Celso Petraglia tem para oferecer em relação às obras na Arena da Baixada. As dúvidas foram levantadas inicialmente em duas cartas abertas encaminhadas aos demais conselheiros.
Membro do Conselho Fiscal do Furacão, Amadeu, que é irmão do presidente do Conselho Deliberativo, Gláucio Geara, levantou uma série de dúvidas que na reunião do dia 25 de julho, quando Petraglia teve seu projeto para finalizar o estádio aprovado, não teriam sido sanadas.
Agora, o ex-mandatário terá de detalhar toda sua modelagem para o processo das obras e poderá fazê-lo por escrito, mas com a necessidade de que todos os itens levantados sejam respondidos.
Amadeu assegura que a medida não tem cunho político algum e que o único objetivo é resguardar o patrimônio atleticano. “Apoio o projeto, mas que não comprometa meu clube. Se for dar de garantia o CT do Caju ou o Joaquim Américo, sou visceralmente contra e vou brigar até o final. Não quero que o patrimônio de 87 anos de história corra risco”, disse Amadeu.
O conselheiro afirmou ainda que apoia Petraglia, mas desde que o ex-mandatário dê garantias de que o Atlético não terá endividamento inesperado por ter de concluir a Arena da Baixada ao preço de R$ 150 milhões, uma vez que com R$ 30 milhões finalizaria as obras, sem as exigências Fifa.
“Se ele viabilizar ótimo, que faça o estádio. Tanto que ele explique, ótimo! Mas tem que fazer isso por escrito, tem que ter documento, assumir responsabilidade sobre o que pretende fazer”, emendou o conselheiro.
Entre tantos questionamentos, um deles chama a atenção por se tratar de um dos pontos mais importantes nesta jornada do Furacão, que é o empréstimo de R$ 45 milhões que deve ser feito junto ao Fundo de Desenvolvimento Econômico (FDE).
De acordo com Amadeu, há um ano as informações sobre o FDE não eram nada boas. Ele fez levantamentos preliminares a pedido da diretoria do Atlético, pela experiência na área econômica como ex-diretor do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE). Segundo ele, em 2010 o FDE tinha R$ 50 milhões em caixa, com R$ 40 milhõs aplicados em fundo de renda fixa, o que dificultaria o empréstimo ao Furacão.
“Para que o comitê de crédito [do FDE] autorize, é preciso que haja disponibilidade de caixa. Se não tiver disponibilidade própria de caixa, recorreria ao BNDES. E que garantias serão dadas?”, questiona Amadeu, que na carta aberta destacou que o BNDES não aceitaria trabalhar com títulos de potencial construtivo como garantia para financiamento.
“Eu não quero que o Atlético seja envolvido em aventura numa coisa grandiosa. Não é possível deixar brecha para que amanhã haja comprometimento do patrimônio”, alertou Geara.
Mário Celso Petraglia foi procurado pela Tribuna, mas não atendeu às ligações. Pelo Twitter, o ex-presidente se mostrou indignado com o posicionamento de Amadeu. “Este senhor Amadeu G terá que engolir estas palavras idiotas que tem escrito sem nenhum fundamento sobre a Arena FIFA”, escreveu.