O Procon abriu uma investigação sobre o aumento de 100% no preço do ingresso para jogos do Atlético Paranaense. Agora, a diretoria do Rubro-Negro tem dez dias para apresentar ao diretor-presidente do Procon-PR, Algaci Túlio, documentos que justifiquem a majoração do preço.
Segundo Túlio, pelo código do direito do consumidor, o Atlético está ferindo o parágrafo 5.º do artigo 39, ao “exigir do consumidor (torcedor) vantagem manifestamente excessiva”.
Entretanto, pelo menos por ora, a diretoria do Atlético não volta atrás. Muito pelo contrário. A manifestação da torcida no domingo, na Arena da Baixada, deixou a diretoria indignada. Durante a partida, torcedores bradaram gritos de guerra contra a diretoria, usando em momentos palavras de baixo calão. “Não vamos ceder a pressões de baixo nível. Ofensas pessoais não impõem ponto de vista e são atitudes típicas de quem não tem argumentos”, disse o presidente do clube, João Augusto Fleury.
Repercussão
A Associação dos Cronistas Esportivos do Paraná (Acep) lançou nota ontem repudiando a censura aplicada pelo Clube Atlético Paranaense à equipe de esportes da Rádio Transamérica, que não pôde transmitir a partida contra o União Bandeirante, domingo, na Arena. “A Acep, em apoio a seus associados, lembra que o jornalismo esportivo é necessariamente crítico. É da essência da Lei de Imprensa não se constituir em abuso no exercício da liberdade de manifestação de pensamento e de informação a crítica inspirada pelo interesse público”, diz a nota oficial assinada por Osvaldo Tavares de Mello, presidente da entidade.
Para o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná, a atitude do clube foi lastimável. “A intransigência dos diretores do Atlético, que, sem espírito democrático, não admitem a crítica, pune os ouvintes da rádio e impede que os profissionais da imprensa realizem seu trabalho”, diz a nota publicada no sítio da entidade.
Já a posição da emissora continua a mesma. De acordo com diretor-regional da Rede Transamérica, Rogério Afonso, a empresa acionou seu quadro jurídico para buscar os direitos de poder cobrir o clube na Arena. Ele informou que a direção do Atlético ainda não procurou a emissora, ao contrário do que disse o presidente do conselho deliberativo do Rubro-Negro, Mário Celso Petraglia. “Quem perde é o torcedor atleticano. É importante ressaltar que nós estamos ao lado do torcedor”, resumiu.
Segundo informação da assessoria de imprensa do Atlético, a medida contra a Rádio Transamérica está mantida até que a emissora se retrate publicamente.
Torcida vai cobrar, clube diz que não reconsidera
A revolta da torcida contra o preço do ingresso no campeonato brasileiro e contra as palavras do presidente João Augusto Fleury da Rocha continua. A torcida organizada Os Fanáticos mantém a postura de protestar contra o aumento dos preços nos ingressos nas próximas partidas. O mesmo procedimento será adotado por outros torcedores, que manifestaram essa intenção nas mensagens enviadas à Tribuna.
Após a partida, o dirigente atleticano disse que os torcedores que fizeram o protesto sairiam da Arena direto para o bar e, no dia seguinte, estariam assaltando. “Eu achei a declaração muito infeliz. Ele deveria refletir mais antes de falar”, disse Juliano Rodrigues, vice-presidente da Fanáticos. De acordo com ele, a entidade não vai tomar nenhuma medida, mas vai continuar pedindo a redução do preço do ingresso.
“Nós estamos defendendo o atleticano em geral. A insatisfação não é só da Fanáticos e sim da torcida em geral”, apontou. Segundo ele, os dirigentes do clube deveriam respeitar mais a torcida. “O maior patrimônio do clube é a sua torcida”, ressaltou.
Já a Associação Ultras do Atlético prefere aguardar os acontecimentos. “Como faz só um ano que estamos de volta, como já entramos em muitas confusões e quem faz tudo pelo Atlético é a Fanáticos, a gente respeita a atitude deles”, disse Gabriel Barbosa, presidente. De acordo com ele, a Ultras não participou do protesto, mas também acha que o preço do ingresso é caro. “A gente sabe que eles estão gastando, mas talvez não tenha que tirar o dinheiro a médio prazo. Acho que a diretoria deveria ouvir mais a torcida”, pondera.
Cartões amarelos podem desfalcar
O técnico Mário Sérgio, do Atlético, tem um problema para resolver nas fases finais do campeonato paranaense. Os volantes Vânderson e Alan Bahia e os meias Jádson e Fernandinho estão pendurados com dois cartões amarelos e podem desfalcar o Rubro-Negro na seqüência da competição. Hoje, o elenco volta a trabalhar no CT do Caju de olho no Londrina, adversário da semifinal.
Com exceção de Vânderson, os outros três são titulares. No entanto, o treinador não deverá administrar essa situação. A tendência é de que os jogadores entrem em campo e atuem normalmente sem a preocupação de tomar mais um cartão.
Sem poupar ninguém, a principal novidade do time poderá ser o zagueiro Marinho. Após cumprir suspensão automática contra o União Bandeirante, o jogador está à disposição do treinador e deverá disputar vaga com Alessandro Lopes, Rogério Correia e Ígor.
Estatísticas
O Rubro-Negro completou diante do União Bandeirante 150 jogos na Arena. Foram 96 vitórias, 22 empates e 32 derrotas. O time marcou 324 gols e sofreu 160. Os principais artilheiros no novo Joaquim Américo são Kléber (66 gols), Alex Mineiro (27), Ilan (25), Adriano (22) e Lucas (18).
Acep divulga nota e rádio não volta atrás
A Associação dos Cronistas Esportivos do Paraná (Acep) lançou nota, ontem, repudiando a censura aplicada pelo Clube Atlético Paranaense à equipe de esportes da Rádio Transamérica, que não pôde transmitir a partida contra o União Bandeirante, domingo, na Arena. A entidade defende a liberdade de expressão e da crítica no jornalismo esportivo. Além da Acep, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais e a Câmara Municipal também repudiaram a atitude tomada pelos dirigentes rubro-negros.
“A Acep, em apoio a seus associados, lembra que o jornalismo esportivo é necessariamente crítico. É da essência da Lei de Imprensa não se constituir em abuso no exercício da liberdade de manifestação de pensamento e de informação a crítica inspirada pelo interesse público”, diz a nota oficial assinada por Osvaldo Tavares de Mello, presidente da entidade.
Para o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná, a atitude do clube foi lastimável. “A intransigência dos diretores do Atlético que, sem espírito democrático, não admitem a crítica, pune os ouvintes da rádio e impede que os profissionais da imprensa realizem seu trabalho”, diz a nota publicada no sítio da entidade. Na Câmara, o vereador Fábio Camargo propôs moção de apoio à equipe de esportes da Rádio Transamérica. “Eu, como jornalista, defendo a liberdade de imprensa e de expressão. A diretoria do Atlético, que é composta de pessoas sérias, não tomou a decisão correta proibindo os profissionais, desenvolverem seu trabalho”, afirmou o vereador.
Já a posição da emissora continua a mesma. De acordo com o diretor-regional da Rede Transamérica, Rogério Afonso, a empresa acionou seu quadro jurídico para buscar os direitos de poder cobrir o clube na Arena. Ele informou que a direção do Atlético ainda não procurou a emissora, ao contrário do que disse o presidente do conselho deliberativo do Rubro-Negro, Mário Celso Petraglia. “Quem perde é o torcedor atleticano. É importante ressaltar que nós estamos ao lado do torcedor”, resumiu.