As cercas de 900 crianças atendidas só devem retornar em 2005. |
As novecentas crianças atendidas no principal núcleo do Projeto Rexona de Excelência do Voleibol já estão longe das atividades há um mês. Uma vistoria feita no Ginásio Almir Nelson de Almeida, o Tarumã, pelo Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Crea), detectou problemas na estrutura do equipamento, que colocavam em risco tanto as crianças quanto os profissionais que as atendem no ginásio, quando foi realizado, no início deste mês, o Storm Samurai, um programa de lutas, quando foi solicitado um laudo pericial, pois esperava-se um público de aproximadamente cinco mil pessoas.
A vistoria apontou problemas numa das colunas de madeira que sustenta o telhado, e impediam a realização de treinos em alguns dos trechos da quadra. Com a interdição, surgiu uma dúvida entre professores, alunos e pais de alunos sobre a continuidade ou não do Projeto no ano que vem.
Principalmente após uma entrevista concedida ao repórter Marcos Tosi, da rádio CBN Curitiba, na qual o governardor teria dito que na sua opinião "Rexona é marca de desodorante", fazendo pouco caso das cerca de 2.500 crianças atendidas no projeto social, em todo o Paraná (fora as duas mil atendidas em São Paulo), que coloca crianças e adolescentes, entre 8 e 15 anos, com duas aulas por semana para cada aluno (duas horas semanais), em atividades que as afastam da rua, incentivando-os à prática esportiva. Eles são atendidos por 22 professores, e o núcleo conta ainda com dez funcionários.
Só um susto
Segundo o presidente da Paraná Esporte, Ricardo Gomyde, a demora no retorno às atividades se deve à burocracia que demanda o uso de recursos públicos. "Se fôssemos uma empresa, talvez o ginásio já estivesse liberado. Mas em se tratando de dinheiro público, precisamos seguir os trâmites legais", revelou o presidente da autarquia, lembrando ainda que os pais podem ficar tranqüilos, "pois, pelo contrário, o projeto deve ser ampliado no ano que vem".
Ele revelou que na próxima quarta-feira, o técnico Bernardo Rezende, coordenador do projeto, estará em Curitiba, e serão acertados detalhes sobre a criação de seis novos núcleos. "A prioridade será para regiões com baixo IDH (Indice de Desenvolvimento Humano) e para atender escolas que fizeram o pedido para receber o projeto", revelou o presidente.
Segundo Gomyde, serão gastos cerca de R$ 30 mil na reforma, e a Paraná Esporte está tentando devolver o ginásio até o fim deste mês, quando serão realizadas as finais do Internúcleos – torneio que reúne as melhores equipes dos núcleos. O mais provável, no entanto, é que os alunos só retornem ao núcleo no ano que vem.