O título da Copa Libertadores conquistado na noite desta quarta-feira pelo Atlético-MG tem valor especial para Cuca, que alcançou o maior feito da sua carreira e da história do clube. Ao ser campeão do torneio que se tornou uma obsessão para o futebol brasileiro nas últimas décadas, o técnico atleticano deixou para trás o estigma de que aspectos emocionais o impediam de ser vencedor.

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Com passagens por quase todos os principais clubes do futebol brasileiro – só não dirigiu três (Corinthians, Palmeiras e Inter) dos 12 principais do País -, Cuca fez fama pelo futebol ofensivo dos seus times, mas também por reações destemperadas, especialmente na passagem pelo Botafogo, que levantaram dúvidas sobre a sua capacidade emocional para se tornar um técnico de sucesso.

Além disso, supostas superstições de Cuca, sempre negadas por ele, também contribuíram para o surgimento de uma imagem negativa a respeito do treinador, ampliada pela falta de títulos na sua carreira. Nos últimos anos, porém, os bons trabalhos começaram a sobressair em relação a esse folclore que o cercava.

Em 2009, Cuca evitou um praticamente certo rebaixamento do Fluminense no Campeonato Brasileiro e foi vice-campeão da Copa Sul-Americana. Depois, no futebol mineiro, foi três vezes campeão estadual, em 2011, pelo Cruzeiro, e em 2012 e 2013, ambos pelo Atlético-MG. Além disso, foi vice-campeão nacional em 2010 e 2012 nos dois rivais.

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A campanha no último Campeonato Brasileiro, aliás, classificou o Atlético-MG para disputar a Libertadores após 13 anos de ausência e teve participação decisiva de Cuca, seja pelo pedido para que Ronaldinho Gaúcho fosse contratado ou seja pelo futebol vistoso pelo time, dono do melhor ataque da competição.

Se isso não era suficiente para elevar o status de Cuca, a consagração veio na Libertadores, e sem abrir mão de ter uma equipe ofensiva, característica vista sempre nos seus trabalhos. Assim, o treinador apostou no quarteto ofensivo formado por Ronaldinho Gaúcho, Bernard, Diego Tardelli e Jô para conduzir o time, dono da melhor campanha na fase de grupos.

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Depois, o controle emocional de Cuca foi testado no mata-mata, especialmente nas tensas definições dos confrontos com Tijuana e Newell’s Old Boys, e também pela pressão de encerrar um longo jejum do Atlético-MG sem títulos relevantes.

À beira do campo, seguiu se comportando como um torcedor, participando do jogo, reclamando e até assistindo a disputa de pênaltis contra o Newell’s Old Boys ajoelhado. Mesmo assim, Cuca conseguiu superar esses desafios, conduziu o Atlético-MG ao título mais importante da sua história e provou ser mesmo um dos principais técnicos do futebol brasileiro na atualidade.