Em plena semana de dérbi, considerado o maior clássico de Campinas (SP) entre Ponte Preta e Guarani, o presidente pontepretano, José Armando Abdalla, renunciou nesta terça-feira. Ele alegou problemas de saúde, que realmente enfrenta, mas sua situação política estava crítica com uma forte pressão do grupo de oposição, reforçado por conselheiros e torcedores.

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Abdalla assumiu o cargo em janeiro de 2018. Assim, o vice Sebastião Arcanjo, o Tiãozinho, assume o cargo. Ele segue na função até dezembro de 2021 – vai ficar no cargo por mais 25 meses. Toda a diretoria executiva vai colocar o cargo à disposição do novo presidente. Assim, no caso, Tiãozinho terá a liberdade de escolher com quem deseja trabalhar. Podendo, inclusive, manter algumas pessoas em cargos que considerar importantes.

Tiãozinho é homem de confiança do presidente de honra, Sérgio Carnielli, que vai voltar a comandar o clube, bem como levar adiante o seu projeto de construir a Arena Ponte Preta. É um projeto ambicioso e pessoal de Carnielli que vinha sendo boicotado pela atual diretoria.

O novo presidente ainda não se pronunciou oficialmente, mas através de sua assessoria antecipou que as ações neste momento, na semana do dérbi, devem ser tomadas com cuidado. Tanto que, a princípio, irá conversar com o time e funcionários para transmitir a sua disposição de contar com a colaboração de todos. Tiãozinho deve se pronunciar à imprensa depois que a renúncia for regularizada, provavelmente nesta quinta-feira.

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A renúncia de Abdalla e a provável saída de sua diretoria também teria sido costurada na segunda-feira à noite em uma reunião do Conselho Deliberativo. Abdalla e seu vice financeiro, Gustavo Vallio, foram absolvidos de qualquer envolvimento com denúncias de supostos desvios cometidos pelo ex-diretor de marketing, Eric Silveira. Em contrapartida, os dois deixariam os cargos. As denúncias de desvios financeiros e materiais estão sendo apurados internamente e também pela Polícia Civil.

De acordo com nota divulgada pelo clube, o afastamento de se dá em virtude de “problemas médicos de alta gravidade”. Na carta emitida, Abdalla explica que tomou a decisão por respeito e amor ao clube. “Meu cardiologista determinou que tirasse uma licença de três meses para fazer um procedimento de angioplastia, pois meu coração está em um estado delicado”, revelou.

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Depois ele completou que confia na sequência do trabalho no clube. E explicou porque optou pela renúncia ao afastamento de 90 dias, que era cogitado. “Eu teria de deixar a Ponte num momento importante, de planejamento para 2020, e sem garantia de condições para retornar. Entendo que todos nós – diretoria, conselho e torcedores – queremos o melhor para a instituição e vejo que, em decorrência desta situação, a renúncia é o melhor caminho”, finalizou.

Mas se a Ponte Preta vai para o dérbi com presidente novo, o Guarani já fez a sua troca há quase dois meses. No dia 17 de setembro, Palmeron Mendes Filho renunciou à presidência, também pressionado pela oposição. Por coincidência, alegando problemas de saúde, ele deixou para Ricardo Moisés assumir o cargo de forma interina até dezembro deste ano.