Brasil x Argentina é sinônimo de grandes emoções. Nesta quarta-feira (18), a partir das 21h50, no Mineirão, esse clássico do futebol mundial ganhará novos ingredientes. Um tempero apimentado, pelo menos do lado brasileiro. Afinal, o técnico Dunga entrará em campo pressionado, após duas derrotas seguidas, para Venezuela e Paraguai. E pode ser colocado em xeque, caso aconteça outro tropeço.
Ao assumir o comando da seleção brasileira em 2006, Dunga já foi bastante contestado e questionado. Era seu primeiro trabalho como treinador, logo no cargo mais importante do futebol mundial Com o tempo, as críticas não cessaram, mas a conquista do título da Copa América, no ano passado, fez com ele respirasse aliviado.
Agora, o treinador passa por um mau momento no cargo, que pode ser decisivo para seu futuro. A histórica derrota para a Venezuela, por 2 a 0, num amistoso disputado no dia 6 de junho, nos Estados Unidos, já fui ruim. Mas a situação piorou bastante após o Brasil perder para o Paraguai, também por 2 a 0, domingo passado, em Assunção, pelas Eliminatórias da Copa de 2010.
Assim, a vitória sobre a Argentina nesta quarta-feira tornou-se obrigação. "Temos que nos superar e voltar a jogar como antes", pediu Dunga, consciente de que o momento da seleção brasileira é delicado, sem, no entanto, perder o otimismo. "Vamos render mais nesse jogo do que contra o Paraguai".
Na segunda-feira (16), já em Belo Horizonte, Dunga deu a entender que mudaria o time depois da derrota para o Paraguai. E no treino desta terça (17), no Mineirão, ele realmente resolveu dar uma nova cara à seleção. Como era esperado, Anderson entrou na vaga de Josué. Mas as mudanças no meio-de-campo não pararam por aí, já que Júlio Baptista ficou com o lugar de Diego. A outra novidade pode surgir no ataque, com Adriano ao lado de Robinho – assim, Luís Fabiano iria para o banco de reservas.
Com essa formação, o Brasil ganharia em força e também na qualidade do passe. Anderson, apesar ter aparecido como meia ofensivo no Grêmio, virou volante no Manchester United, ajudando bastante na marcação. No jogo desta quarta-feira, ele deve ter mais liberdade, atuando ao lado de Júlio Baptista na armação das jogadas de ataque.
Todos os jogadores sabem que o Brasil não passa por uma boa fase, mas evitam falar em crise. "Na seleção sempre há pressão e o jogador tem de estar acostumado", avisou Robinho. "Estamos buscando confiança e isso só vai acontecer com uma boa vitória".
No último jogo que fez no Brasil, a seleção sofreu para bater o Uruguai, em novembro passado, no Morumbi. Saiu perdendo por 1 a 0, recebeu as vaias da torcida paulista, mas conseguiu a virada com dois gols de Luís Fabiano. Agora, contra a Argentina, os jogadores esperam o apoio da torcida mineira, apesar do momento ruim da seleção.
A campanha nas Eliminatórias não é das melhores. Com apenas oito pontos em cinco jogos, uma derrota nesta quarta-feira pode deixar os brasileiros fora da zona de classificação para a Copa de 2010, na África do Sul. E, mais do que isso, marcará o primeiro revés da seleção atuando em casa na competição. Uma vergonha a mais para todos os jogadores e para Dunga.
Por isso mesmo, todos os jogadores pedem calma aos torcedores que forem nesta quarta-feira ao Mineirão. E também prometem um melhor desempenho em campo. "Temos de melhorar o toque de bola e envolver o adversário", explicou Robinho, lembrando também que uma vitória sobre a Argentina já coloca a seleção brasileira em segundo lugar nas Eliminatórias. Enfim, por tudo isso, chegou a hora de o Brasil de Dunga mostrar seu valor.
Brasil – Julio César; Maicon, Lúcio, Juan e Gilberto; Gilberto Silva, Mineiro, Anderson e Júlio Baptista; Robinho e Luís Fabiano (Adriano). Técnico – Dunga.
Árbitro – Oscar Ruiz (Colômbia).
Horário – 21h50.
Local – Estádio do Mineirão, em Belo Horizonte.
