Depois da humilhante goleada diante da Holanda na estreia, a Espanha está sob pressão na Copa. Contra o Chile, nesta quarta-feira, às 16 horas, no estádio do Maracanã, no Rio, os campeões do mundo não têm alternativa: é vencer ou vencer. Em caso de nova derrota, pode ser eliminada com uma rodada de antecipação. Para isso acontecer, basta que a Holanda, um pouco mais cedo, tenha ao menos empatado com a Austrália no outro jogo do Grupo B.

continua após a publicidade

Para evitar um vexame histórico, o técnico Vicente Del Bosque promete mudanças. O treinador vai reforçar a marcação no meio de campo e deixar o ataque mais leve. Quer um time mais agressivo. A equipe vai procurar manter a posse de bola o maior tempo possível, como tem sido desde a conquista da Eurocopa de 2008, mas com um jogo mais vertical, em direção ao gol.

O meia David Silva deve perder a sua vaga para Pedro. O atacante do Barcelona é mais veloz e incisivo do que o meia do Manchester City. Deverá jogar pela direita com a ordem de partir para cima dos seus marcadores sempre que receber a bola – ou procurar Diego Costa, referência do ataque espanhol.

No meio, Xavi pode ser substituído por Koke. Com essa alteração, Del Bosque resolveria dois problemas. O volante do Atlético de Madrid reforçaria a marcação, mas também chegaria mais ao ataque do que veterano do Barcelona. As investidas de Koke têm por objetivo tentar pegar a defesa chilena desprevenida.

continua após a publicidade

Outra alteração que pode melhorar o desempenho ofensivo da equipe é a troca de Piqué por Javi Martínez. Com o zagueiro do Bayern de Munique em campo, o time ganha qualidade na saída de bola porque Javi está acostumado a jogar de volante e passa a bola melhor do que Piqué.

Apesar de a Espanha estar na lanterna com um saldo de gols muito desfavorável (-4), Del Bosque não pensa em tentar melhorar essa marca nesta quarta. O treinador só quer a vitória. Não importa o placar. “Nossa intenção é ganhar e não golear. A ansiedade é perigosa”, disse o treinador, nesta terça, no Maracanã.

continua após a publicidade

Del Bosque, inclusive, mostra-se bastante preocupado com a defesa, que foi muito mal contra a Holanda. “O Chile tem um futebol muito ativo, valente e ofensivo. Eles vão com tudo para cima da gente e precisamos encontrar o ponto fraco deles”, afirmou.

SEM RETRANCA – Mesmo diante do favoritismo da Espanha, o Chile promete não ficar só na defesa. O técnico Jorge Sampaoli acredita que se o seu time jogar na retranca, será massacrado. O treinador acredita ser possível dividir o protagonismo da partida com os espanhóis. Já foi assim no último confronto entre as duas seleções. Em outubro do ano passado, Espanha e Chile empataram por 2 a 2 o amistoso disputado na Suíça. Os chilenos venciam até os 44 minutos do segundo tempo, quando Navas empatou.

Sampaoli confia na criatividade de Valdivia e nos bons passes do meia Arturo Vidal para surpreender a defesa espanhola, que se mostrou bastante frágil contra a Holanda. Sempre que estiverem com a bola, esses dois jogadores deverão procurar Alexis Sánchez e Eduardo Vargas. Os velozes atacantes jogarão abertos à espera de bolas enfiadas nas costas da defesa. Uma das orientações é o time tentar se aproveitar dos avanços do lateral-esquerdo espanhol Jordi Alba, que costuma deixar espaço pelo setor.

Mas ao mesmo tempo que prega que a sua equipe não pode se defender, o treinador diz que é preciso ter equilíbrio. “A Espanha é uma seleção experiente e madura. Com certeza, vai jogar melhor do que contra a Holanda. Não podemos esquecer que são os melhores do mundo”.