Presidente da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), Coaracy Nunes Filho foi preso no Brasil por suspeita de desvio de recursos para o esporte. Mas, na Suíça, ele ainda é apresentado como parte da cúpula da Federação Internacional de Natação (Fina), com sede em Lausanne.

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Alvo da Operação Águas Claras da Polícia Federal, Coaracy Nunes, presidente da CBDA por 29 anos, foi preso ao lado de Sérgio Ribeiro Lins de Alvarenga (diretor financeiro), Ricardo Cabral (coordenador de polo aquático) e Ricardo de Moura (secretário-geral de natação e executivo da CBDA).

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As investigações apuram o destino de cerca de R$ 40 milhões repassados à entidade pelo Ministério do Esporte. Há indícios de um esquema de desvios de recursos públicos captados por meio de convênios e leis de fomento ao esporte. Entre as fraudes, estão licitações para aquisição de equipamentos de natação no valor aproximado de R$ 1,5 milhão, a contratação superfaturada de uma empresa de turismo e a apropriação de valores que deveriam ser repassados aos atletas ou investidos na realização de competições.

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Em Lausanne, porém, a Fina ainda traz em seu site o brasileiro como um dos membros de seu conselho, órgão máximo de decisões no esporte aquático mundial. Procurada desde segunda-feira, a entidade não oferece qualquer resposta ao fato do dirigente continuar em seu conselho e se limitou a indicar que o caso ainda está “sob investigação” no Brasil.

“A Fina imediatamente entrou em contato com a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos e foi informada de que o caso ainda está em um ‘estágio de investigação'”, disse o Departamento de Comunicação da entidade com sede na Suíça. “Portanto, antes que qualquer decisão formal judicial seja tomada, a Fina não irá comentar sobre esse caso”, completou.

Presidida pelo uruguaio Julio Maglioni, o setor máximo da Fina do qual o brasileiro faz parte tem como funções aplicar as regras da natação, aprovar as contas e escolher as sedes dos campeonatos mundiais. Em seu site, a última prestação de contas da entidade mundial é de dezembro de 2015 e que revela gastos de US$ 6,5 milhões com “administração”. Nenhum detalhe é dado sobre salários dos dirigentes.

A Fina, porém, prevê um código de ética, com regras sobre integridade. “Nenhum dirigente deve, direta ou indiretamente, solicitar, aceitar ou oferecer remuneração, comissão, benefício ou serviços secretos de qualquer natureza conectados com sua participação no esporte ou com suas funções como dirigentes”, diz o texto.

A entidade, porém, não explica se abriu investigações em seu próprio comitê de ética para examinar o caso.