A corrupção no mundo do futebol custou os cargos de outro dos principais dirigentes da Fifa. Preso por suspeita de corrupção como presidente da Real Federação Espanhola de Futebol, Ángel María Villar renunciou às vice-presidências da Fifa e da Uefa.
A Fifa confirmou nesta quinta-feira que Villar deixou seu cargo como vice-presidente sênior, logo após a Uefa anunciar que o espanhol havia renunciado ao comitê executivo que integrou por 25 anos. Na ultime terça-feira, ele havia sido suspenso da presidência da federação nacional que comandou desde 1998, na sequência da sua prisão na última semana.
Assim, Villar deixa o primeiro plano do futebol mundial após subir ao segundo posto de mais autoridade na Fifa, como o dirigente de mais peso entre os oito vice-presidentes que estão abaixo do presidente Gianni Infantino. Apesar de Infantino ter declarado no ano passado que a crise de corrupção na Fifa havia terminado, dois dos seus colegas no conselho gestor renunciaram nos últimos meses sob suspeita de conduta inapropriada.
Porém, a saída de Villar se deu após a renúncia em abril do xeque Al-Fahad al-Sabah. O membro da família real do Kuwait abandonou a Fifa três dias após ser identificado em um tribunal dos Estados Unidos como a fonte de subornos pagos a dirigentes asiáticos. O xeque nega as acusações.
Villar foi preso na semana passada na Espanha, junto com seu filho Gorka e outros dois dirigentes do futebol do país, todos acusados de administração desleal, peculato, corrupção e falsificação de documentos. Um juiz da Audiência Nacional negou fiança para os Villar, que continuam atrás das grades enquanto esperam o julgamento.
A autoridade máxima do esporte na Espanha, o Conselho Superior Esportivo, decidiu na última terça-feira pela suspensão de Villar durante um ano. O tesoureiro da entidade, Juan Luis Larrea, assumiu como presidente interino na quarta-feira, pois o vice-presidente da federação, Juan Padrón, está entre os detidos.
A influência de Villar no mundo do futebol tinha diminuído desde a eclosão em 2015 das investigações dos Estados Unidos e da Suíça sobre corrupção na Fifa. O espanhol foi considerado em algum momento como um possível candidato à presidência da Uefa, mas não conseguiu o apoio necessário para uma indicação ao ano passado.
De qualquer forma, a prisão do ex-jogador, agora com 67 anos, é outro golpe na já desgastada imagem das entidades gestoras do futebol. Em um comunicado divulgado nesta quinta-feira, a Uefa disse que Villar se ofereceu para deixar seus cargos e o presidente Aleksander Ceferin, aceitou sua renúncia.
Os membros da Uefa devem definir o substituto de Villar em uma reunião marcada para 20 de setembro em Genebra. “Em vista dos processos judiciais em curso na Espanha, não temos mais comentários sobre esta questão”, disse, em breve comunicado, a Uefa.