Os presidentes do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello, e do Fluminense, Pedro Abad, concederam entrevista coletiva na manhã deste sábado, nas Laranjeiras, em mais um apelo por paz na final da Taça Guanabara, domingo, às 16h, no Engenhão. Após idas e vindas, a partida terá a torcida dos dois clubes, determinada por liminar obtida junto a um desembargador na tarde de sexta-feira.

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Os dirigentes elogiaram as posturas do presidente da Federação de Futebol do Estado do Rio (Ferj), Rubens Lopes, e do Vasco, Eurico Miranda, que também foram contra a decisão judicial que determinava torcida única nos clássicos. Mas eles evitaram entrar em polêmica com o mandatário do Botafogo, Carlos Eduardo Pereira, que fez de tudo para que a torcida do Flamengo não fosse ao Engenhão, defendendo inclusive a mudança do jogo para o Maracanã, o que prejudicaria as finanças do seu clube.

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Na coletiva deste sábado, os dois dirigentes comemoraram um final feliz para a polêmica. ” Estamos contentes com o desfecho. Tivemos atitudes no limite para a torcida ir ao jogo. Isso não é exclusivo ao Flu e ao Fla, mas a todos os clubes. É para manter a tradição de ter as torcidas cantando nos estádios. Isso deve ser preservado. Espero que isso seja constante daqui para frente”, comentou Abad.

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“Sempre fui ao estádio com meus amigos tricolores, vascaínos, botafoguenses e nunca brigamos. A tradição de torcida mista deve ser preservada, faz parte da nossa cultura. O desembargador reconheceu isso para a nossa alegria. Isso nos dá responsabilidade. Temos de manter e ampliar a campanha pela paz nos estádios. Nós merecemos a torcida mista”, apontou Bandeira de Mello.

O presidente do Flamengo rasgou elogios ao dirigente do Fluminense: “Ele foi firme, teve coerência ímpar. Ele poderia ter tido uma decisão após ter vencido o sorteio do mando, mas esteve ao nosso lado”, recordou. O Flu em nenhum momento aceitou ter só sua torcida no estádio, como já havia feito o Flamengo na semifinal com o Vasco. “O presidente Eurico está conosco nessa campanha pela paz.”

Os dois, que posaram para fotos abraçados o fim da coletiva, fizeram apelos para que seus torcedores evitem violência e vandalismo. “Espero que elas (as organizadas) deem exemplo de conduta. Têm de se portar em um estádio que não é de Flamengo e Fluminense. Sem quebrar banheiro, sem quebrar nada. Eles precisam disso também para melhorar a sua imagem para mudar o tratamento recebido”, avaliou Abad.

“Gostaria muito que eles (torcedores organizados) se engajassem na campanha pela paz. Não vamos aceitar a violência. Vamos cuidar do estádio, ele é público, está sob concessão do Botafogo”, lembrou Bandeira de Mello, cutucando o rival alvinegro.