Menos de 24 horas depois de sofrer dura derrota no Conselho Deliberativo, o presidente do Santos, José Carlos Peres, afirmou nesta terça-feira que quer a votação do impeachment em São Paulo e pediu o apoio dos sócios que vão decidir o seu futuro no comando do clube da Vila Belmiro.

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Na noite de segunda-feira, os membros do Conselho Deliberativo do Santos aprovaram o primeiro de dois procedimentos de impeachment colocado em votação que contou com a participação de 244 membros do clube. Era o número necessário para dar prosseguimento ao processo de impedimento do presidente.

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Assim, uma assembleia de sócios será convocada para definir o futuro de Peres. A data ainda não foi anunciada por Marcelo Teixeira, presidente do Conselho Deliberativo do Santos e responsável pela convocação da votação do impeachment pelos sócios do clube. O estatuto do clube afirma que essa votação não poderá ocorrer antes de 15 dias após o encontro do conselho. Com isso, deve ser realizada no fim de setembro.

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Em seu comunicado, divulgado nesta terça, Peres sugeriu que a votação dos sócios seja feita na capital paulista. “Apesar de o Business Center em São Paulo ser uma subsede oficial do clube, manobrarão para dificultar que o enorme contingente de sócios de São Paulo e outras cidades possam votar. São as famosas forças retrógradas que seguram o crescimento do Santos”, afirmou.

Para o presidente, a votação marcou “um capítulo triste de sua história. Capítulo triste, mas revelador”, declarou. “Revelador porque me dá mais forças e esperança de contar com o apoio dos sócios. O verdadeiro torcedor santista pode sim ter críticas a mim, apontar falhas nestes 8 meses iniciais, mas reconhece também inegáveis avanços e com certeza saberá em sua maioria escolher o lado em prol do clube.”

Peres denunciou “manobra estatutária” para o pedido ser aprovado. “Revelador porque mesmo com todos os acordos, conchavos, golpismo e grande investimento em panfletos, faixas e bottoms, a votação foi conclusiva apenas por manobra estatutária”, afirmou.

Na votação realizada na noite de segunda, houve polêmicas na apuração, com recontagem dos votos, discussões e pedido de impugnação da participação dos membros da Comissão de Inquérito e Sindicância, que havia indicado o impeachment de Peres.

No mesmo comunicado, Peres criticou funcionários da atual gestão, que teriam organizado colação de faixas pró-impeachment, “demonstrando às claras o golpismo e traições internas neste processo”. Atacou também a boca de urna na frente da Vila Belmiro.

E, mesmo sem revelar se vai acionar a Justiça comum para anular o processo, prometeu que vai “lutar até o final”. “Não por vaidade ou apego ao poder, mas por senso de justiça e pensando sempre num Santos grande, nacional, mundial e não amarrado a interesses provincianos e espúrios.”