Há mais de vinte dias no G4 da Série B, o Paraná Clube vive, nas palavras do presidente Aramis Tissot, “um momento mágico”. O dirigente reconhece erros num passado recente, que culminaram com a queda para a segundona paranaense, mas aposta no resgate da imagem do Tricolor a partir do acesso à Primeira Divisão do futebol brasileiro.
Para isso, assegura que o clube vai pagar R$ 2 milhões de prêmio para que o time conquiste o acesso. “Vamos pagar aos nossos jogadores um bicho de R$ 2 milhões pelo acesso. Na verdade, é um investimento, pois tenho certeza que na Série A teremos uma cota de R$ 25 milhões da televisão”, disse o dirigente, ontem cedo, em entrevista ao programa Papo de Craque, da Rádio Transamérica.
Aramis também falou sobre os planos para os cinco meses que separam o clube de seu principal objetivo, assegurando que o Paraná vai honrar todos os compromissos financeiros que assumir.
“Com a união de todos, estamos resgatando a imagem do Paraná, que sempre foi um bom pagador. Aquilo que ocorreu no ano passado, com greves e atrasos salariais, foi decisivo para o nosso fracasso’, analisou. “Hoje, estamos com tudo, inclusive premiações, em dia”, disse.
Aramis Tissot confirmou que nesta Série B o Tricolor só não quitou, ainda, o “bicho” pela vitória sobre o Duque de Caxias, no sábado passado. “Temos um acordo com os jogadores de nunca deixar acumular mais do que três prêmios. Assim, com as contas em dia e um grupo muito focado, vamos atrás do nosso objetivo”, completa.
O presidente reconheceu que o momento de calmaria se deve, em parte, à postura de alguns conselheiros. “O Renato (Trombini) e o Aquilino (Romani) doaram R$ 1,5 milhão e mais 7% dos direitos do meia-atacante Diego. Naquela negociação (com a Traffic) o valor foi repassado integralmente ao Paraná”, revelou Aramis.
O desafio de sua administração é fazer com que esse momento de “lua-de-mel” perdure até o fim do ano. “Para isso, precisamos muito do nosso torcedor. Ainda precisamos de recursos e é nesse ponto que a nossa torcida pode fazer a diferença”, diz, empolgado com o volume de adesões ao SemPRe Torcedor.
Na semana passada, o clube atingiu a marca recorde de 6.400 sócios do futebol. “Com esse apoio nas bilheterias e nas arquibancadas, vamos buscar esse acesso”, afirma.
O dirigente destacou ainda o trabalho desenvolvido por todos os integrantes da diretoria na gestão da dívida. “Desde o ano passado, o clube já reduziu em mais de R$ 6 milhões o nosso passivo. Sem contar impostos, que estão negociados, temos uma dívida de aproximadamente R$ 5 milhões”, revelou Tissot.
“Por tudo o que tenho visto nos bastidores do clube, não tenho dúvida que a volta à primeira divisão recolocará o Paraná no seu lugar de direito. A partir disso, precisaremos de dois anos para organizar o clube em todas as suas áreas”, arrematou.