O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) suspendeu por 15 dias o presidente do Santos, Modesto Roma Júnior, como punição ao fato de o clube santista ter entrado em campo contra a Ponte Preta com um uniforme que escrevia “faltou respeito” na parte superior das costas da camisa.
A inscrição era um protesto contra a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), que, na sexta-feira à noite, dia 4, determinou que o jogo, inicialmente marcado para o sábado, às 21h, seria realizado na manhã do domingo, às 11h. O Santos não aceitou a mudança repentina, chegou a ameaçar não entrou em campo, mas voltou atrás. A frase na camisa foi a forma de protestar.
Para o STJD, porém, quem faltou com respeito foi o Santos, ao fazer uma crítica pública. “O futebol moderno não tem mais espaço para esse tipo de atitude. Há canais específicos para esse tipo de reclamação. A comissão de arbitragem faz uma análise minuciosa após cada partida. Uma reclamação com intuito apenas de denegrir a imagem não deve ser aceita”, reclamou o subprocurador-geral Gustavo Silveira.
O relator do processo, o auditor José Maria Philomeno, até acha que o Santos tem razão em não gostar da mudança. “Realmente houve um desrespeito à legislação e à torcida e há o direito de manifestação do clube”, ponderou. Mesmo assim, defendeu os 15 dias de suspensão a Modesto, que em entrevista confirmou que os dizeres na camisa eram uma crítica à CBF.
“A partir do momento que o próprio presidente reitera que o clube adentrou com essa frase faltou respeito exatamente para registrar sua revolta com os fatos ocorridos, ele está incentivando e contribuindo para que haja um clima de acaloramento e acirramento que pode provocar a violência”, argumentou Philomeno.
Assim, Modesto Roma foi punido por “conduta contrária à disciplina”. Já o Santos, responsabilizado pela conduta de seu presidente, foi multado em R$ 3 mil. Ambos podem recorrer.