Bôrtolo Escorsin negou o pedido de recurso do advogado paranista, que ainda não desistiu. |
O presidente do Tribunal de Justiça Desportiva do Paraná (TJD-PR), Bôrtolo Escorsin, acabou com a esperança do Paraná Clube de disputar a segunda fase do campeonato paranaense. Pelo mesno por ora.
Ontem à tarde, Escorsin indeferiu o pedido de impugnação da partida entre Prudentópolis e Francisco Beltrão, realizada no dia 15 de fevereiro, feita pelo Tricolor. O departamento jurídico do Paraná Clube entrou com o pedido, alegando interesse de terceiros, conforme prevê o artigo 84 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva. Entretanto, Escorsin não acatou ao pedido e o Beltrão continua na disputa da segunda fase do estadual. Se perdesse os seis pontos em função da utilização irregular do atleta Alex Francisco Franco dos Santos, o Tricolor ficava com a vaga.
A alegação de Escorsin para indeferir o pedido foi baseado em três pontos.
O primeiro diz respeito à impossibilidade de intervenção de terceiros quando não há um processo instaurado. Como o pedido de impugnação feito pelo Prudentópolis na semana passada foi indeferido, não existe processo.
Além disso, Escorsin cita o artigo 85 do CBJD, conforme previu a reportagem da Tribuna de ontem, dando conta que o Paraná entrou com o pedido de impugnação fora do prazo. Por fim, Escorsim alega, assim como fez com o Prudentópolis, ausência de provas concretas da irregularidade do atleta. Ontem, porém, a Federação Paranaense de Futebol recebeu um fax da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) confirmando a transferência de Alex, no ano passado, para o Nanawa F.C., do Paraguai. O atleta está inscrito como profissional na CBF sob o número 134.487 e a informação é assinada pela chefe de departamento de registro da CBF, Elisabete Sanchez.
“Esse documento, por si só, já prova que o atleta está irregular. Ou o Dr. Escorsin não o recebeu das mãos da FPF ou não quis esperar para se pronunciar. Mas é uma prova concreta de que o atleta está irregular. Na verdade, ao que parece, a FPF não quer parar o campeonato”, diz o presidente do Tricolor, Professor Miranda. Indignado com a decisão do TJD-PR, Miranda garantiu que o Paraná Clube não vai desistir do processo. “Perdemos uma batalha, não a guerra. Vamos lutar pela moralidade do futebol”, diz.
Segundo o vice-presidente jurídico do Paraná Clube, Luiz Carlos de Castro, o clube vai recorrer ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva, na CBF, para tentar resolver a pendenga.
Saulo define o time hoje
O técnico Saulo de Freitas ainda não confirmou a equipe titular que enfrenta o Nacional, domingo, às 15h30, em Rolândia, em partida válida pela abertura do torneio da morte. Entretanto, uma coisa está praticamente certa: a utilização de João Vítor na zaga, ao lado de Fernando Lombardi. O titular, Gélson Baresi, segue no departamento médico e o substituto imediato, Juliano, nem treinou no time de baixo durante a semana.
“O professor ainda não confirmou se jogo na zaga. Mas pelo que vem acontecendo nos treinamentos, é uma tendência natural”, diz João Vítor, que ganhou fama de “curinga” sob o comando de Saulo. Este ano, ele já atuou de volante e como lateral-esquerdo. E recebeu elogios em todas as oportunidades. “Jogar de volante para mim é normal, pois comecei nessa posição no Santo André. Mas na lateral-esquerda, confesso que fiquei com um friozinho na barriga”, diz. A justificativa é simples. A partida era decisiva – contra o Rio Branco – e o treinador pediu a ele que apoiasse com força o ataque. “A pressão em cima da equipe era enorme e fiquei ansioso, pois apoiar era novidade para mim. Mas conforme o jogo foi rolando, fui me acalmando.” Quem acompanhou a partida, certamente não imaginou que isso tivesse acontecido. Transmitindo segurança, foi por seu lado que aconteceram as principais jogadas. O único reflexo negativo do jogo foi o fato de ter tomado o terceiro cartão amarelo e ter ficado de fora da última rodada, cujo resultado mandou o Paraná para o torneio da morte.
No jogo de domingo, contra o Nacional, ele garante que não haverá ansiedade, mesmo porque jogar na zaga não é novidade para ele. “No ano passado, no juniores, fazia dupla com o Fernando Lombardi, já que o Juliano já estava no profissional”, lembra. Por isso mesmo, o polivalente acredita que não terá problemas de entrosamento com o companheiro, que vai continuar jogando pela direita. “Eu vou jogar pela esquerda, onde tenho mais facilidade. Com o Lombardi, não tem mistério”, conclui.