Um dia depois de a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) mudar de ideia e desistir de dar aval à criação da Liga Sul-Minas-Rio, a entidade recebeu, nesta terça-feira, o presidente da Federação Nacional dos Atletas Profissionais de Futebol (Fenapaf), Rinaldo Martorelli. Em seu site oficial, a CBF fez questão de publicar duras críticas do sindicalista à criação do torneio.
“‘Liga é ilegal e afeta direitos dos jogadores'” é a manchete do texto publicado no site da CBF, bastante elogioso ao presidente da Fenapaf. “Martorelli já se fez presente na entidade em encontros anteriores, sempre levando pautas do interesse dos jogadores para serem discutidas”.
No entender do dirigente sindical, um dos motivos de ele ser contra a Liga é que ela “afeta direitos dos jogadores como as férias de 30 dias, a pré-temporada e o intervalo para descanso entre as partidas”. Até aqui, a tabela da competição não foi discutida e desconhece-se inclusive em quais datas a Liga seria realizada.
Para Martorelli, a disputa da Liga concomitantemente aos Estaduais põe em risco a integridade física dos atletas. “É uma questão mesmo de sobrevivência dos atletas. Fisiologicamente é fundamental que haja este descanso, obedecendo o intervalo de 72 horas entre os jogos, o que não será cumprido no caso dessa competição”, assegurou ele.
Ainda de acordo com o dirigente, a Fenapaf, que não foi procurada pelos clubes, vai usar tudo que estiver ao seu alcance para vetar a Liga. “Vamos buscar até os tribunais para que os direitos dos atletas sejam respeitados e preservados.”
ASSEMBLEIA – Nesta terça, a CBF publicou edital convocando as federações estaduais para uma assembleia geral extraordinária, daqui a exatamente uma semana, para votar a inclusão da Liga no calendário do futebol brasileiro.
Na sexta-feira, o presidente da Federação do Rio (Ferj), Rubens Lopes, enviou duro ofício ao presidente da CBF, Marco Polo del Nero, se colocando contra a Liga e exigindo a aprovação dela em assembleia, como, no entender dele, manda o Estatuto da CBF.
Depois disso, a CBF voltou atrás do aval dado à Liga e o condicionou à aprovação na assembleia. Sabendo que isso dificilmente irá acontecer, os clubes romperam com a CBF. Entre as alegações, o fato de que a Copa do Nordeste não foi votada por assembleia.