O presidente Florentino Pérez confirmou nesta segunda-feira a saída de José Mourinho do Real Madrid. O treinador português, de 50 anos, deixa o tradicional clube espanhol após três anos de poucas conquistas e muitas cobranças por parte da diretoria, que considerou sua passagem insuficiente “em termos de resultado”.

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“Depois de uma conversa com Mourinho, decidimos que esta relação deveria ser encerrada no fim deste temporada. Ambos concordamos que era o momento adequado para finalizar este relacionamento”, anunciou o presidente, em entrevista coletiva convocada de última hora nesta segunda.

A saída de Mourinho foi definida dois dias depois da decepcionante derrota na final da Copa do Rei, diante do rival Atlético de Madrid, no Santiago Bernabéu. Ao revés, se soma ainda o vice-campeonato do Campeonato Espanhol e a eliminação na Liga dos Campeões, maior objetivo do time na temporada.

“Não consideramos esta temporada suficiente em termos de resultado”, avaliou Pérez, que fez um “balanço positivo do trabalho, do ponto de vista esportivo”. Para o presidente, a chegada do treinador, em maio de 2010, devolveu o time à elite do futebol mundial.

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“Com Mourinho, nós demos um salto em termos de competitividade e capacidade esportiva. Hoje o Real está onde deveria estar”, disse, referindo-se à queda de rendimento nos anos anteriores ao treinador português, que tinha contrato até 2016.

Em três anos à frente do Real, Mourinho elevou o time à condição de favorito em todas as competições que disputa. Ele trouxe reforços de peso, como os alemães Özil e Khedira e o argentino Di Maria.

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Com um elenco liderado por Cristiano Ronaldo, o técnico sofreu na primeira temporada. Mas fez bons duelos com o Barcelona a partir do seu segundo ano no Real e conquistou vitórias importantes sobre o arquirrival nesta última temporada. Fora do gramado, atiçou a rivalidade com o clube catalão em entrevistas, recheadas de críticas ao time e ao técnico Josep Guardiola.

Em seu momento mais negativo, criou polêmica ao agredir o então auxiliar-técnico do Barcelona, Tito Vilanova, com um dedo no olho. Também fora de campo, desgastou-se com jogadores como Casillas e Pepe nos últimos meses, o que gerou críticas da torcida e mal-estar no vestiário.

Apesar do caro elenco, Mourinho não alcançou o principal objetivo do time, que era faturar o 10º troféu na Liga dos Campeões. O mais perto que chegou foi a semifinal nas três edições que disputou com o Real.

 

Em compensação, foi campeão da Copa do Rei na temporada 2010/2011, faturou o Espanhol em 2011/2012 e levou a Supercopa da Espanha, no início da atual temporada. O título espanhol foi o ponto alto de sua passagem pelo clube. Na temporada passada, o troféu veio com recorde de 100 pontos na tabela e de 121 gols marcados.

 

O anúncio desta segunda abre caminho para o técnico acertar seu retorno ao Chelsea, transferência que já é dada como certa pela imprensa inglesa. Enquanto Mourinho parece rumar para o futebol inglês, o Real Madrid deixou em aberto o cargo de treinador. “Não temos pré-contrato com ninguém. Este será um trabalho para os próximos dias”, afirmou Pérez. “Queremos que seja uma pessoa que nos ajude a seguir melhorando.”

Mesmo com a saída anunciada, Mourinho ainda estará na beira do gramado comandando o Real nas duas últimas rodadas do Campeonato Espanhol, contra Real Sociedad e Osasuna, nos dois próximos finais de semana.