A criação de uma liga de clubes no futebol brasileiro começa a ganhar força. Nesta segunda-feira, o presidente do Grêmio, Romildo Bolzan Jr., afirmou que a discussão sobre o tema é importante, mas enfatizou que ela “depende dos fatos”. O dirigente declarou ainda que “não há ambiente” para uma eventual renúncia de Marco Polo Del Nero do comando da CBF, além de defender que a pedida provisória (MP) 671 deva tratar somente do refinanciamento das dívidas dos clubes para não se transformar em um instrumento para briga por poder no futebol brasileiro.

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“Acho que há uma fragilização política na CBF neste momento”, considerou Bolzan quando chegava à sede da CBF, na Barra da Tijuca, para uma reunião entre cartolas da entidade e dos clubes da Série A. O encontro foi marcado pela CBF sem estabelecer a pauta. “Eu não vim pleitear nada. Vim a convite de uma reunião, que eu rigorosamente não sei qual a pauta.”

A criação de uma liga de clubes é uma ideia que agrada a Bolzan. “Liga, pra mim, é uma discussão interessante, uma discussão válida, mas não vem de cima pra baixo. Ela tem que vir de baixo pra cima”, frisou.

“A liga tem que ser uma aspiração a partir de uma necessidade de organização. Eu não vou fazer uma liga pra divergir. Eu não quero criar uma liga simplesmente porque eu tenho vontade de divergir. Não é por aí”, destacou o dirigente, para depois completar: “Isto é pauta dos clubes? É. Mas eu não vou fazer isso por causa de uma divergência”

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DEL NERO – Apesar de afirmar que não vê ambiente para a saída de Del Nero da presidência da CBF, Romildo Bolzan Jr. disse que os clubes precisam saber o que se passa no comando do futebol brasileiro.

“Eu não quero ser oportunista. Eu quero conhecer os fatos, conhecer o que tem. Eu não vou jogar na imagem pública de uma questão. Eu quero aprofundar, porque a minha pauta sempre foi a pauta do futebol brasileiro. Aonde tiver pauta negativa do futebol brasileiro evidentemente que a gente tem que tomar conhecimento e agir. Mas eu acho que neste momento importante precisamos ter cautela. Tem muitas coisas em jogo”, ponderou.

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Bolzan declarou ainda que o próprio texto da MP 671 teria objetivo de interferir na administração do futebol brasileiro. “No fundo tem um jogo de poder entre CBF e Governo. Acho isso extremamente nocivo ao futebol brasileiro. Eu não quero fazer uma coisa pra justificar outra. As coisas tem que ser rigorosamente dentro do bom senso.”

Ele defendeu que a MP trate somente das dívidas. “Para os clubes o que interessa no momento é o parcelamento das dívidas dessa MP. É uma possibilidade, com as contrapartidas. Fora disso, neste momento, nada cabe. Tudo é discussão extemporânea.”