Eleito presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI) na última terça-feira, Thomas Bach já começou a tornar mais claro os seus planos para a sua gestão. Nesta quarta-feira, o dirigente revelou o seu desejo de mudar o processo de escolha das futuras sedes dos Jogos Olímpicos.
Em um comentário que pode ser visto como uma referências à insatisfação no Brasil com os grandes custos das duas competições esportivas serão organizados pelo país nos próximos anos – a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016, no Rio – Bach disse que as populações de potenciais cidades-sede devem “fazer parte da candidatura em um estágio muito cedo” para “garantir maior participação e apoio”.
Bach acrescentou acreditar que o atual sistema de licitação pede “muito, demasiado cedo” e leve a previsibilidade, ao invés da criatividade. “Nós nos aproximamos de cidades potenciais candidatos, como você se fosse um negócio, como uma licitação por uma franquia. Todos os livros de candidaturas são escritos pelas mesmas pessoas em todo o mundo, você tem as mesmas respostas”, disse.
“Eu gostaria de tentar mudar essa mentalidade um pouco, pensando na candidatura como um convite. Eu quero convidar potenciais candidatos para estudar como os Jogos Olímpicos se encaixariam em sua cidade a longo prazo e no desenvolvimento regional e nacional, e como poderia contribuir para o desenvolvimento sustentável”.
No sábado, Tóquio foi escolhida para sediar os Jogos Olímpicos de 2020, derrotando as candidaturas de Istambul e Madri. A capital espanhola foi alvo de críticas de que realizar o evento seria uma prioridades equivocada, pois o país está em recessão e com alta taxa de desemprego.
O governo japonês enfrentou críticas semelhantes, sob a ideia de que deveria concentrar-se na resolução da crise nuclear de Fukushima, ao invés de gastar bilhões de dólares na Olimpíada. Por sua vez, os Jogos de Inverno de 2014, em Sochi, na Rússia, devem provocar gastos de mais de US$ 50 bilhões, o que o tornaria a Olimpíada mais cara de todos os tempos.