Rio – A quatro meses do início dos Jogos Pan-Americanos do Rio, o presidente do Comitê Organizador (CO-Rio), Carlos Arthur Nuzman, fez uma crítica velada aos parceiros governamentais.
Para o dirigente, teria sido mais prudente se um prazo para o término das obras não tivesse sido estipulado, porque a mudança nos cronogramas de entrega é algo comum em competições desse porte.
?A experiência mostra que não dá para anunciar prazos porque não é uma obra física. Tem outros fatores que influenciam?, afirmou Nuzman, ao falar sobre a constante mudança nas datas de entrega dos equipamentos do Pan. ?Nunca falei de prazos porque, às vezes, você se depara com um obstáculo. É como fazer obra em casa: pensa que acaba em um dia e só termina em outro?.
Apesar dos problemas nas obras, Nuzman ressaltou ter a confiança de que tudo estará pronto a tempo, principalmente por causa do entrosamento entre os três níveis de governo: municipal, estadual e federal. O otimismo do dirigente foi demonstrado nesta terça-feira, no Rio, durante o lançamento dos uniformes que a delegação brasileira irá utilizar durante a disputa do Pan.
Durante os jogos, cada atleta brasileiro receberá uma mala com aproximadamente 70 itens de vestuário. Os uniformes têm por inspiração a natureza, que ficou caracterizada nos ?galhos e raízes de árvores? simbolizando as ?artérias? dos atletas presentes nas roupas do atletismo ou nos ?louros da vitória, que podem ser interpretados como asas? atrás das camisas e agasalhos a serem usados na Vila Pan-Americana e no pódio.
E, para evitar problemas com outros fabricantes, a Olympikus, patrocinadora oficial do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e responsável pelo evento desta terça-feira, avisou que nadadores, esgrimistas, cavaleiros e iatistas estão livres para escolherem suas marcas preferenciais, porque a empresa não atua nesses segmentos esportivos.
O futebol, por ter assinado o contrato com sua fornecedora antes de a Olympikus ter firmado vínculo com o COB, também estará livre para atuar com sua patrocinadora oficial. Mas há um entendimento para que os jogadores usem a roupa oficial na Vila Pan-Americana e na premiação no pódio, caso conquistem alguma medalha.
Ministro diz que Rodrigo Pessoa tem que ir ao Pan
São Paulo – A polêmica envolvendo a desistência do cavaleiro Rodrigo Pessoa de disputar os Jogos Pan-Americanos chegou ao governo federal. O ministro do Esporte, Orlando Silva Júnior, afirmou que o campeão olímpico na prova de saltos ?não pode ficar fora do Pan? e revelou estar trabalhando para demovê-lo da idéia de não participar do evento no Rio, de 13 a 29 de julho.
?Tenho me empenhado para trazê-lo, porque sua ausência seria uma grande perda para a competição?, comentou Orlando Silva. O ministro disse ter conversado sobre o assunto com o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Carlos Arthur Nuzman. E contou que Nuzman já tomou providências, entre elas falar com o pai de Rodrigo, Nelson Pessoa. ?Precisamos tomar medidas para termos os melhores competidores do nosso País aqui, seria triste ficar sem ele no Pan?.
A polêmica envolvendo o hipismo no Pan começou há duas semanas, quando a Confederação Brasileira de Hipismo (CBH) anunciou que três dos cinco representantes brasileiros no evento seriam definidos por meio de duas seletivas no País, decisão favorável aos cavaleiros que não têm condições de competir no exterior. As vagas sempre foram preenchidas de acordo com colocações em concursos internacionais.
Rodrigo não concorda com as mudanças no critério de classificação – o novo sistema prejudica os competidores que disputam concursos mais fortes na Europa e os obriga a vir ao País para participar da seletiva – e decidiu abrir mão da vaga.