A Portuguesa vive dias decisivos para seu futuro na reta final deste ano. Em campo, define neste domingo seu futuro na Série C do Campeonato Brasileiro e corre sérios riscos de ser rebaixada para a quarta e última divisão do futebol nacional. Fora dele, verá a parte que lhe pertence do Canindé ser leiloada no início de novembro, graças a dívidas trabalhistas que acumulou ao longo dos últimos 15 anos.
Independente dos resultados destas duas “decisões”, um dos times mais tradicionais de São Paulo seguirá vivo. Quem garantiu foi o presidente do clube, José Luiz Ferreira de Almeida, em entrevista coletiva convocada nesta quinta-feira justamente para explicar os detalhes do leilão do Canindé.
“Não vai fechar. Por cair, a Portuguesa não fecha. Isso (cair) é comum. Quantos times não caíram e voltaram? Fechar, a Portuguesa não fecha… Não discuto isso, discuto a manutenção e expansão do clube”, disse o presidente. Para seguir na Série C, o time precisa vencer o Tombense no domingo, fora de casa, e torcer por um tropeço do Macaé contra o Botafogo-SP, no mesmo dia, no Rio.
Segundo o próprio José Luiz, a dívida da Portuguesa é de “cerca de R$ 250 milhões”. Boa parte dela vem de processos trabalhistas de ex-jogadores do clube, como o ex-zagueiro Rogério Pinheiro e o atacante Ricardo Oliveira, mas há também quase R$ 15 milhões de débito de IPTU, por exemplo.
A situação é trágica e o próprio presidente lusitano sabe disso. “Recebi recentemente uma intimação da Sabesp, dizendo que não se pagava a conta de água de dezembro de 2015 a abril de 2016. Nem sabia que isso estava acontecendo”, exemplificou. “Mas a Portuguesa consegue viver de rendas pontuais e consegue sobreviver. A situação esta atrasada, mas coloquei muita cosia em dia.”
José Luiz assumiu o comando da Portuguesa em abril de 2016, substituindo Jorge Manuel Marques Gonçalves, que renunciou um mês antes. O atual mandatário garantiu que se assustou com a profundidade da crise lusitana e previu um futuro complicado para o clube, mas fez um balanço positivo de seu mandato até o momento.
“Legado não deixo nenhum. Tenho um mandato só de seis meses, é impossível nesta situação. Eu que peguei um legado, que ninguém teve coragem de assumir. Fui candidato único, minha candidatura foi impugnada sem explicação, mas fui eleito e estou tentando salvar a Portuguesa. Eu e a minha diretoria, que está comigo”, afirmou. “Obviamente, ninguém vai poder dizer que eu não sabia o que estava acontecendo, mas não esperava esse volume de problemas.”