A Copa do Mundo terminou há quase duas semanas, mas o presidente da Match, Jaime Byrom, continua no Brasil. No último fim de semana, ele até voltou à Inglaterra, onde mora e fica a sede da empresa, mas logo retornou ao Rio para acompanhar de perto a situação do cunhado e funcionário Raymond Whelan, acusado de ser o principal fornecedor do milionário esquema de venda ilegal de ingressos do Mundial que foi desarticulado pela operação policial “Jules Rimet”.
Whelan ocupa o cargo de CEO da Match e é casado com a irmã de Jaime, Ivy Byrom. Depois de passar quatro dias foragido, ele se entregou à polícia em 14 de julho e, desde então, está preso no Complexo Penitenciário de Bangu, na zona oeste do Rio. Dos 12 acusados de participação no esquema de venda ilegal de ingressos da Copa, apenas um está solto, o advogado José Massih, que responde o processo em liberdade.
Segundo Jaime Byrom, não partiu da Match a ordem para que Whelan deixasse o Copacabana Palace, onde estava hospedado, pela porta de serviço – saiu do local 18 minutos após ter a prisão preventiva decretada pela Justiça e sete minutos antes da chegada dos policiais ao hotel. “Eu não estava presente, mas posso te dizer que não foi a Match. Acredito que ele foi aconselhado por seu advogado a ir com ele para mais orientações”, afirmou o presidente da empresa, em entrevista exclusiva nesta quinta-feira. O delegado que investiga o caso, Fábio Barucke, da 18ª DP (Praça da Bandeira), já afirmou que pretende indiciar o advogado de Whelan, Fernando Fernandes, por favorecimento pessoal.
“Não sou advogado e peço que leve isso em conta, mas meu entendimento é que os termos do habeas corpus que libertou originalmente Ray simplesmente o impediam de deixar o Rio por mais de oito dias seguidos ou deixar o País. Não acredito que os termos do habeas corpus eram de que ele deveria ficar especificamente no Copacabana Palace”, afirmou Byrom.
O presidente da Match disse ainda não saber onde Whelan passou o fim de semana em que ficou foragido – antes de se entregar, ele foi procurado em pelo menos 15 lugares diferentes, até no Maracanã no dia da decisão da Copa do Mundo, por policiais da 18ª DP.
Byrom também reforçou o posicionamento da Match até agora: Whelan é inocente e não cometeu nenhum ato ilegal. Para ele, as leis brasileiras (como o Estatuto do Torcedor) proíbem a venda de ingressos por preços acima do chamado “valor de face”, mas não dos pacotes de “Hospitalidade” da Fifa, que são negociados pela Match.